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Xstrata de volta ao jogo: Lehman Brothers aposta em uma reaproximação da Vale

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Sempre ocupando lugar de destaque no noticiário internacional de fusões e aquisições, após o fracasso das negociações para compra da Xstrata, a Vale (VALE3, VALE5) esteve ausente dos holofotes por um certo tempo, mas não por muito.

Nas últimas semanas, a companhia voltou a ser alvo de especulações quanto a uma nova compra no mercado, especialmente após o anúncio de uma oferta de ações de até US$ 15 bilhões, cifra que, nas próprias palavras da mineradora, seria utilizada para "fins corporativos gerais, o que inclui o financiamento de programa de crescimento orgânico (…) e aquisições estratégicas".

A lista de empresas cogitadas é extensa, passando por Anglo American, Alcoa e Freeport McMoran, esta última, tida como a mais provável, na opinião dos analistas do UBS, devido ao seu foco no mercado de cobre.

Mas dentre tal rol de companhias que estariam entre os possíveis alvos da brasileira, o Lehman Brothers resgata a possibilidade de uma retomada das negociações com a Xstrata, de perfil mais atraente. "Não ficaríamos surpresos se a Vale estivesse planejando a oferta de ações de olho em uma reaproximação à Xstrata quando de uma melhora das condições nos mercados", afirma a equipe do banco de investimentos, em relatório publicado nesta quinta-feira (26).

A leitura se mostra quase como um ponto fora das perspectivas majoritárias do mercado, tendo em vista as expressivas dificuldades surgidas entre a Vale e a Glencore, acionista controladora da mineradora anglo-suíça, no auge de suas negociações. À época, o chefe-executivo da Xstrata, Mick Davis, declarou: "embora a Vale e a Xstrata continuem a acreditar que a combinação das duas companhias poderia representar um valor significativo, não fomos capazes de alcançar um acordo".

Além do dissenso em torno do valor da operação, pela qual a Vale se mostrou inicialmente disposta a desembolsar cerca de US$ 76 bilhões, o grande obstáculo que se pôs para a compra da Xstrata foram as exigências – consideradas muito altas pela brasileira – impostas pela Glencore quanto aos direitos e participação de lucros na venda de commodities na nova empresa.

Se realmente a Vale corresponderá às especulações do mercado e incorporará mais uma empresa ao seu agressivo histórico de aquisições, sendo Xstrata, Freeport ou alguma outra, ninguém sabe. Mas o que é de conhecimento público é a recente performance negativa dos papéis da companhia, seja aqui no Brasil ou em Wall Street, por meio de seus ADRs (American Depositary Receipts).

Nos últimos pregões, as ações preferenciais classe A da companhia negociadas na Bovespa reverteram o saldo positivo que vinham acumulando no ano, apresentando agora uma queda de 1,66%. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, embora também impactado pela volatilidade, ainda resiste com uma alta pouco superior a 3% em 2008.

Uma das razões de tal performance seria, de fato, as incertezas do mercado quanto ao próximo passo da companhia no plano corporativo estratégico, junto à volatilidade do preço do níquel. Mas ainda assim, os analistas seguem otimistas quanto à Vale, apostando em seus bons fundamentos e no setor de mineração, que tem tudo para sair beneficiado com o crescimento econômico dos emergentes, principalmente, dos chineses.

E o Lehman Brothers não é exceção. Os analistas projetam um preço-alvo de US$ 45,00 aos ADRs da brasileira negociados em Nova York. Frente à cotação de fechamento do pregão da última quarta-feira, tal projeção implica um potencial de valorização de 22,68% até o final deste ano. A recomendação do banco aos papéis é de overweight – isto é, desempenho acima da média do mercado.

Infomoney

Link: Xstrata de volta ao jogo: Lehman Brothers aposta em uma reaproximação da Vale

Written by gandalfwizard

26 de junho de 2008 às 17:10

Publicado em Aquisição, Vale, Xstrata

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