Ministro quer nova estatal e partilha para o petróleo
O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, pretende sugerir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a criação de uma nova empresa estatal para administrar as gigantescas reservas petrolíferas da camada pré-sal, recentemente descobertas. Responsável pela elaboração de um novo modelo de exploração de petróleo, Lobão deverá apresentar em até 60 dias a conclusão dos estudos feitos pelo ministério. Após analisar as sugestões feitas nas últimas semanas, ele acredita que a melhor solução será adotar o regime de partilha da produção, o que exigirá mudanças na atual Lei do Petróleo.
"Seria uma empresa 100% da União, 100% do povo brasileiro", define Lobão. Nos países que adotam esse modelo, a estatal tem a tarefa de ditar o ritmo de produção e supervisionar a exploração dos campos. Não seria uma empresa para perfurar poços e extrair óleo do pré-sal – para isso, ela contrataria a Petrobras e outras petroleiras como prestadoras de serviço. Para o ministro, é uma função que não pode caber à Petrobras. "Não dá. Mais de 40% da Petrobras está em mãos privadas", argumenta. "Ninguém vai tirar a propriedade daqueles que compraram suas ações. Mas o patrimônio que está embaixo da terra é de todos os brasileiros".
Lobão rejeita, a princípio, a solução defendida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, que reúne as grandes empresas do setor, que pedem um decreto presidencial para aumentar a tributação atual, sem mudança no modelo de concessão. Hoje, as participações especiais – cobrados em campos de alta produtividade – têm limite de 40%. "Esses 40%, 60% ou 80% podem ser mínimos, insuficientes. Ou podem acabar se revelando exagerados mais adiante. Então é melhor que se retenham logo os recursos em um órgão do Estado", assinala.
O ministro ressalta que ainda não há uma decisão e que os contratos existentes serão preservados. Em entrevista ao Valor, Lobão defendeu também o aumento da tributação sobre a produção de minérios, prometeu reformas na legislação do setor e acenou com a abertura da operação de usinas nucleares ao setor privado, em parceria com a Eletrobrás.
É uma grande irresponsabilidade esta declaração, tudo que é 100% governo não funciona neste país.
Carla
27 de junho de 2008 at 17:25
A Petrobrás nesse plano vira uma prestadora de serviços como queriam na Bolívia. >Todo mundo contando com o óleo do pré sal e o governo vai arrancar assim de todo mundo. >É realmente uma irresponsabilidade Carla.
Luiz Junior
28 de junho de 2008 at 01:06
Os discursos até o momento parecem confusos e até contraditórios, o ministro diz que não irá mudar os contratos atuais, e pelo que sabemos grandes fatias do pré-sal já tiveram as licenças de exploração leiloadas.>Estaria então o ministro limitando esta suposta nova estatal as novas descobertas? Ainda não está claro.>Carla, concordo com você não espero muito de uma estatal. Pior ainda seria criar uma estatal para realizar uma função de governo, penso que nesse a ANP poderia administrar quaisquer novas regras para o setor? Pra que uma estatal senão para criar mais máquina burocrática e cara?>Luiz, o posicionamento do MME pode gerar muitas preocupações para todos os acionistas da Petrobrás, muitos dos valores hoje negociados pressupõem que a Petrobras irá explorar as reservas do pré-sal.>Obrigado pelos comentários.>>[]’s Gandalf Wizard
Gandalf
28 de junho de 2008 at 09:30