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Campo na bacia de Santos deve ter 1,6 bilhão de barris de gás

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As reservas de gás do campo de Tupi podem chegar a 1,6 bilhão de barris, de acordo com a Petrobras. O gerente-executivo de Exploração e Produção do Pré-sal da companhia, José Formigli, afirmou que a quantidade de gás no campo equivale a 20% do potencial de jazidas. Tupi tem reservas estimadas de 5 bilhões a 8 bilhões de barris. Fontes avaliam que o potencial de produção de gás no pólo de Santos deve ultrapassar 50 milhões de metros cúbicos por dia.

O elevado potencial de gás natural levou a Petrobras a pensar em mudar o transporte. Em vez de gasodutos, a empresa estuda enviar o gás para a costa por meio Gás Natural Liqüefeito (GNL). "Se por um lado é maravilhoso estar na frente do mercado consumidor, por outro é mais difícil conseguir licença ambiental para gasosutos nas praias do litoral carioca e paulista", afirmou o executivo. Segundo ele, a Petrobras está evitando a instalação de gasodutos.

A produção de gás natural liquefeito (GNL) nos projetos do pré-sal foi uma opção de consenso, ontem, durante a apresentação sobre os desafios da demanda de gás natural do País, na 14ª Rio Oil & Gas. No segundo dia do evento, tanto Marco Tavares, diretor da Gas Energy, quanto Gelson Serva, diretor da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), concordam que a opção se apresenta-como a mais viável para viabilizar a utilização do gás a vir a ser encontrado na região.

Tavares foi enfático. Segundo ele, só existe um modelo possível para trazer o gás de alto mar para o mercado de forma competitiva. Ele prevê terminais de liquefação offshore, transporte marítimo do gás por barcos até a costa e terminais de regaseificação ao longo da costa brasileira, integrados com usinas térmicas para evitar a necessidade do uso de dutos internos. De acordo com o diretor da Gas Energy, o modelo permitiria, ainda, a exportação do excedente.

Segundo Serva, o modelo está em estudo na EPE. "Em princípio, o GNL parece ser uma alternativa mais econômica que ampliar toda a malha de gasodutos do Sudeste até o Nordeste", afirmou.

O problema, para Tavares, é se o gás do pré-sal chegará ao mercado a um preço competitivo. "O GNL não será contratado se for cotado 45% acima do Henry Hub (índice do produto no mercado internacional)", reclamou o executivo. Segundo ele, se a opção de trazer o gás para a costa for via dutos, de Tupi a Mexilhão, o metropol (medida de metros e polegadas) sairia a US$ 215, ou o equivalente ao investimento que seria feito na liquefação do gás.

Serva, no entanto, não acha que a questão do preço seja importante no momento. "Tudo vai depender de em quais condições vamos conseguir produzir o gás e que programas serão implantados para estruturar a cadeia", afirmou Serva.
De acordo com o representante da EPE, o momento é de comemoração. "Nós alcançamos as metas que nos colocamos", afirmou. "Atingimos 60 milhões de metros cúbicos por dia de oferta de gás nacional. Enchemos o gasoduto da Bolívia com 30 milhões de metros cúbicos por dia, que é a média deste ano. Estamos ampliando a relação reserva/produção para 25 anos este ano, ou 365 bilhões de metros cúbicos de gás. O mercado industrial consome de 10 milhões a 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia. E termos o GNL é outra conquista. De todas as possibilidades de que o país dispunha, ele soube aproveitar e utilizar muito bem", resumiu.

Para Serva, o mercado brasileiro de gás, inclusive, equacionará o abastecimento de gás no médio prazo. "Só vamos precisar usar óleo combustível nas usinas térmicas nos anos de 2012 e 2013", diz. Mas, já em 2015, com a entrada da produção de gás do pré-sal, a produção nacional seria suficiente para abastecer todas as usinas térmicas atuais. "Elas poderiam deixar de ser bicombustíveis e voltar a ser despachadas apenas a gás", concluiu.

Gazeta Mercantil

Link: Campo na bacia de Santos deve ter 1,6 bilhão de barris de gás

Written by gandalfwizard

19 de setembro de 2008 às 10:10

Publicado em Gás, GNL, Petrobras

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