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Cresce o temor quanto às condições do UBS

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O temor aumentou na praça financeira suíça, uma das mais importantes da Europa. "A loucura reina", publicou o jornal Tribune de Genebra, registrando rumores de Wall Street que jogavam o UBS junto com o grupo belga Fortis na fossa comum do desastre. 

As piores especulações sobre o futuro do banco helvético aumentaram em meio a tentativas de contágio da crise sobre o sistema bancário europeu, com socorros a bancos na Inglaterra, Alemanha, Bélgica e até na Islândia. 

A questão é até quando o UBS poderá escapar da desconfiança dos mercados. Ontem, sua ação caiu mais 13,6%. Os analistas aguardam a os resultados semestrais do banco antes da assembléia geral extraordinária, na quinta-feira, em Basiléia. A previsão é de mais alguns bilhões de dólares de amortização, provavelmente cerca de US$ 5 bilhões. 

Para se ter uma idéia do ambiente reinante, um executivo de grande empresa contou ao Valor que recebeu a visita periódica de um gerente do UBS para examinar suas necessidades de financiamento para os próximos meses – mas quase toda a reunião foi ele querendo saber se o banco pode quebrar ou não. "Falamos cinco minutos de meus negócios e 1h25 do UBS", disse o empresário, visivelmente aflito. 

Centenas de pessoas telefonam para os bancos e as redações, indagando se devem transferir suas contas do UBS para outra instituição. A resposta é, ainda, a mesma: a de que os bancos suíços não estão ameaçados, têm fundos próprios suficientes e deverão mesmo aumentá-los por exigência do Banco Central. 

Os rumores de compra do UBS não cessam. A aquisição de urgência do banco pelo gigante britânico HSBC voltou a aparecer, até também esse banco anunciar por sua vez a demissão de 1.100 empregados em todo o mundo. 

Para certos analistas, em Zurique, uma aquisição do UBS não seria um bom negócio para um banco estrangeiro. "A imagem do UBS está tão ligada a Suíça, sua estabilidade, segredo bancário etc, que quem comprar vai pagar por isso, mas logo perderá esse valor estando em mãos estrangeiras", diz um especialista. 

O UBS tem resistido apesar de ter sido o que mais sofreu prejuízos com a "subprime", cerca de US$ 43 bilhões até agora. A expectativa nos meios financeiros é de que, se o banco começar a vender ativos, não será começando pelo Brasil, onde seus negócios são bastante lucrativos. 

A determinação do BCE e de outras autoridades européias de salvar o Fortis mostrou que o poder público na Europa reconhece a dimensão da crise financeira atual – e é o que muita gente acha que o governo suíço vai ter de admitir, cedo ou tarde. 

Valor

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Written by gandalfwizard

30 de setembro de 2008 às 15:21

Publicado em Bancos, Falência, UBS

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