Com desvalorização do real, Açúcar Guarani tem prejuízo trimestral de R$ 101 milhões

A Açúcar Guarani (ACGU3) registrou um prejuízo líquido de R$ 101,8 milhões no segundo trimestre da safra 2008/09, resultado impactado por perdas com a desvalorização do real, informa a empresa por meio de comunicado publicado no último domingo (16).

A receita líquida atingiu R$ 291,9 milhões, um novo recorde para a companhia. Segundo a Açúcar Guarani, as vendas de etanol foram o principal fator para o aumento, resultado da maior destinação da produção da cana-de-açúcar para a produção de etanol, cujo preço esteve mais elevado no período.

O crescimento superior a 300% do prejuízo líquido é decorrente do impacto negativo da desvalorização do real, cujas perdas oriundas de passivos denominados em moeda estrangeira chegaram a R$ 71,1 milhões. As perdas com instrumentos financeiros e posições de swap alcançaram R$ 33,2 milhões.

A crise financeira internacional alterou a estratégia de financiamento em curso da Guarani. O programa buscava o alongamento do perfil da dívida e a manutenção de taxas de juros compatíveis. A companhia atrasou a negociação de alguns contratos de pré-pagamentos de exportação que estavam em análise.

A Guarani anunciou que, com o suporte do acionista controlador, encerrou o período com R$ 368 milhões de caixa, "o que proporcionou flexibilidade no gerenciamento das dívidas de curto prazo e possibilitou que a Companhia mantivesse suas linhas de crédito com custos compatíveis com a atividade", diz o comunicado.

"Nosso relacionamento de longo prazo com fornecedores locais, nossa disciplina, investimentos seletivos, flexibilidade comercial desenvolvida através da aquisição da unidade Andrade e do desenvolvimento da unidade Tanabi, combinados ao suporte da Tereos [Controlador], nos colocou em uma posição sólida para enfrentar as recentes turbulências no mercado financeiro", disse Jacyr Costa Filho, Diretor-Presidente da Açúcar Guarani, em relatório.

Infomoney

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