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Falta GLP para atender cerâmicas em SC

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As indústrias cerâmicas do sul de Santa Catarina, dependentes do gás natural e paradas desde o início da semana por conta do incidente no duto do Gasbol, fazem esforços para tentar operar alguns fornos com o uso do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). Mas os esforços têm pouco resultado prático. As empresas alegam que também há falta de GLP, de caminhão para o seu transporte e de vaporizadores, aparelhos que transformam o gás líquido em vapor e permitem seu uso nos fornos.

As indústrias também pediram aos governos do Estado e federal a suspensão do pagamento de impostos por seis meses e, posteriormente, o parcelamento desses valores em 180 meses. Os impostos seriam ICMS, IPI, PIS e Confins. Também pediram a abertura imediata de crédito no BNDES para capital de giro no valor de R$ 500 milhões e o adiamento do pagamento das faturas de gás da SCGás em até 90 dias depois do restabelecimento do insumo.

Ontem, em reunião na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), os empresários do setor receberam informação do gerente de vendas da Liquigás para a região Sul, Erasmo Cléber Andrade, de que só estavam disponíveis 10 caminhões para o transporte de GLP em todo o país, uma quantidade que seria muito pequena para atender o setor, uma vez que cada forno usa pelo menos dois caminhões. A Liquigás é controlada pela Petrobras. "O cenário para a Liquigás auxiliar as empresas é muito limitado", disse Andrade, afirmando que o mercado em geral não estava preparado para esse tipo de problema.

A falta de GLP e de caminhões decorre do fato de a produção desse gás hoje no país não ser suficiente para atender o parque industrial, que neste momento precisa do insumo, segundo informações de Otmar Müller, presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas de SC e diretor industrial da Eliane. "No passado, a própria estrutura das refinarias privilegiava GLP, mas isso foi modificado com a chegada do gás natural", explica.

Mesmo com dificuldades, a Eliane foi a primeira a começar a usar o GLP, e outras indústrias, como Portobello e Cecrisa, poderão fazer o mesmo, mas de forma bastante limitada.

A Eliane religou, na noite de terça-feira, apenas um dos seus 17 fornos, improvisando um vaporizador, que conseguiu pronto no mercado, mas que é de capacidade menor do que o ideal. Um único forno ligado representa apenas 12% da produção. Só na Eliane, segundo Müller, o prejuízo é de R$ 1,4 milhão por dia.

Segundo as empresas, os vaporizadores são, em geral, construídos sob encomenda e levam, no mínimo, 20 dias para serem feitos, sendo raros os que podem ser encontrados prontos no mercado.

O diretor industrial da Portobello, Nilton Bastos Filho, diz que a fábrica em Tijucas (SC) está parada desde segunda-feira, mas ele trabalha para retomar parcialmente a operação, com previsão de religar cinco fornos, de um total de 15, no início da próxima semana com o GLP. "Ainda não conseguimos todo o GLP que precisamos, mas estamos tentando". O desligamento dos fornos causou prejuízos de R$ 500 mil na estrutura física e a parada gerará perdas de 50% do faturamento mensal.

Valor

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Written by gandalfwizard

27 de novembro de 2008 às 11:25

Publicado em Eliane, Gás, Santa Catarina

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