GP Investimentos também vai avaliar a Santelisa Vale

A GP Investimentos poderá tornar-se uma nova candidata a sócia da gigante sucroalcooleira Santelisa Vale, que acumula dívidas em torno de US$ 1,5 bilhão. O fundo fará no início desta semana uma visita ao grupo, com sede em Sertãozinho (SP), para analisar os ativos da companhia, apurou o Valor.

Os grupos Cosan, Bunge, ETH (da Odebrecht), ADM, Louis Dreyfus e São Martinho, além da gestora de investimentos BTG, do empresário André Esteves, também já fizeram um "road show" pela companhia. Estas empresas também conhecem a real situação financeira da companhia. Na semana que antecede o feriado de Carnaval, essas companhia, e provavelmente também a GP, deverão apresentar suas propostas. Procurada, a GP informou que não comenta transações.

"Nenhuma das empresas interessadas no grupo pretende fazer aporte de capital", afirmou uma fonte familiarizada com a disputa. A intenção é negociar o alongamento das dívidas e esperar um aporte do BNDESPar, braço de participações do BNDES. Mas nada disso ainda está fechado. E a esses possíveis sócios só interessaria uma participação majoritária no grupo sucroalcooleiro.

Para a Santelisa, uma sociedade com gestores de investimentos, ou seja, um parceiro financeiro, seria mais interessante, segundo essas mesmas fontes. Mas a empresa não tem muito poder de escolha.

Um dos fortes interessados na Santelisa, o grupo Cosan, se fechar o negócio, faria por troca de ações. A companhia informou que analisa todas as oportunidades no mercado, mas não confirma oficialmente se está negociando com a Santelisa, nem com a Nova América, dona da marca União, na qual já teria um contrato de exclusividade por 60 dias para negociar a empresa.

"A negociação da Cosan com a Santelisa tem um viés emocional. O Rubens Ometto [presidente da Cosan] tentou comprar a Vale do Rosário lá atrás e não conseguiu. Ele está trabalhando firme para que o negócio dê certo", afirmou a mesma fonte.

Há cerca de três meses, a consultoria Angra Partners foi contratada pela Santelisa para redesenhar alternativas estratégicas para o grupo, que também tem entre seus acionistas o Goldman Sachs, com 15% de fatia, e o BNDESPar.

Desde dezembro de 2008, o empresário André Biagi, um dos principais acionistas do grupo, ocupa o cargo de CEO da companhia, por conta da transferência de Anselmo Rodrigues para a CNAA (Companhia Nacional do Açúcar e Álcool), subsidiária da companhia. A empresa está em busca de um novo CEO, mas esse executivo só deverá ser contratado quando o novo sócio da companhia for definido.

Resultado da fusão entre as usinas Santa Elisa, de Sertãozinho (SP), Vale do Rosário, de Morro Agudo (SP), e outras três usinas paulistas, a Santelisa tem capacidade para moer 18 milhões de toneladas de cana. Controladora da Crystalsev, na qual tem cerca de 70% de participação, o grupo adiou seus planos de investir US$ 1 bilhão na construção do primeiro polo alcoolquímico em Santa Vitória (MG), em parceria com a Dow.

Valor

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