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A guerra do minério: Vale aposta na qualidade

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Uma disputa comercial bilionária, entre as maiores mineradoras do mundo e as siderúrgicas asiáticas, está sendo travada nos bastidores. Depois de um expressivo aumento no preço do minério de ferro, que acumula alta de 370% desde 2005, as siderúrgicas querem derrubar o preço do mineral. As japonesas, lideradas pela Nippon Steel, falam em queda de até 50%. A China exige uma redução de 39% para o Brasil e 45% para a australiana BHP Biliton e a inglesa Rio Tinto, de acordo com o jornal Shangai Securities News. Elas podem não conseguir o desconto que estão pedindo, mas há uma chance real de que o preço caia nos contratos que devem ser fechados em abril. Se no passado as mineradoras levaram a melhor, a crise econômica transferiu o poder de barganha para as siderúrgicas. Houve corte na produção mundial de aço e os estoques da China continuam elevados. Estrategicamente, as mineradoras querem adiar o fechamento do contrato anual até que o cenário futuro aponte alguma melhora. Os asiáticos, por sua vez, tentam antecipar e aproveitar o momento. "Os preços do minério de ferro devem ser reduzidos para os níveis da virada de 2007 e 2008", prevê o presidente da japonesa JFE Steel, Hajime Bada. Enquanto as siderúrgicas tentam reduzir o preço do ferro, a Vale compra reservas e reforça sua posição global

No Brasil, a expectativa é que a Vale faça uma negociação melhor do que as concorrentes, porque em 2008 ela reajustou menos. Outra vantagem da Vale está na sua supremacia como principal fornecedora de minério do mundo, posição reforçada pela aquisição de ativos da Rio Tinto na semana passada por US$ 1,5 bilhão. "Esperamos uma queda de 28% no preço mundial, mas a Vale pode conseguir condições melhores em 2009", avalia a analista da Ágora, Cristiane Viana. "Outros fatores positivos são os pacotes de estímulo nos Estados Unidos e na China, com foco em infraestrutura, que devem estimular o consumo de minério." O gerente de análise da Modal Asset, Eduardo Roche, também espera uma queda em torno de 30%. "O consumo caiu fortemente, é só analisar a indústria automobilística", diz. A Associação Brasileira de Comércio Exterior é mais otimista do que os analistas e prevê um aumento no preço do minério exportado. Apesar disso, calcula que o volume total de exportações deve cair para US$ 14,9 bilhões, ante US$ 16,5 bilhões, porque a Vale decidiu suspender em 10% a produção de minério. Mas, se a opinião dos analistas se concretizar, com uma redução no volume e no preço, a participação do minério na balança comercial deve ser de US$ 12,5 bilhões. Uma queda de US$ 4 bilhões. Valor bem significativo para o Brasil, que começou o ano com déficit na balança comercial de US$ 518 milhões em janeiro.

Istoé Dinheiro

Link: A guerra do minério

Written by gandalfwizard

15 de fevereiro de 2009 às 17:37

Publicado em Minério, Siderúrgicas, Vale

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