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Brasil Foods: Oferta de ações será da Perdigão

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Investidores assumirão o risco caso a operação não seja aprovada pelo Cade. Apesar de a criação da Brasil Foods ter sido anunciada em 19 de maio, a oferta global de ações divulgada na mesma data para reforçar o caixa da nova empresa será da Perdigão. Portanto, os acionistas que subscreverem à oferta estarão comprando ações da Perdigão, que deverá incorporar a Sadia e se transformar na BRF-Brasil Foods, garantindo um potencial de valorização bem maior para os papéis ofertados.

Mas ainda há um longo caminho a percorrer até a concretização da fusão e, ao comprar essas ações, o investidor assumirá o risco de a operação não ser aprovada pelos órgãos de defesa da concorrência nos mercados de atuação das companhias. E caso a associação não se concretize, as ações não poderão ser devolvidas.

O alerta está no próprio prospecto da Perdigão sobre a operação, que deixa claro que a "oferta global não está vinculada à implementação de qualquer etapa da associação". Quem aderir à oferta, portanto, terá nas mãos papéis da Perdigão, empresa forte no mercado, porém com um potencial mais restrito de crescimento, especialmente no exterior, e sem os ganhos de sinergia da Brasil Foods.

Além do posicionamento do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade), que poderá não aprovar a operação ou impor restrições, a Perdigão afirma que a associação com a Sadia também estará sujeita à análise das autoridades de defesa da concorrência em algumas das regiões onde as indústrias comercializam seus produtos. Atualmente, as empresas exportam para mais para 100 países.

"Assim como no Brasil, tais autoridades de defesa da concorrência podem impor condições significativas à aprovação de nossas operações nessas regiões. Qualquer dessas condições pode afetar adversa e de forma relevante nossas receitas de exportação e estratégia de crescimento", consta no prospecto.

Os R$ 4 bilhões que a Perdigão pretende levantar com a oferta serão destinados a melhorar a base de capital da empresa resultante da associação. E, caso a união não seja aprovada, a Perdigão diz, no prospecto, que não tem "nenhuma finalidade específica para os recursos líquidos de tal financiamento". Mas cita algumas possibilidades, como refinanciamento de dívidas, aquisições ou "investimentos em outro negócio".

A possibilidade de o acordo de fusão não ser aprovado, considerada remota por especialistas no setor e analistas de mercado, é o principal destaque entre os fatores de risco à oferta apontados pela Perdigão no prospecto. Mas também há riscos caso o Cade diga sim, sem restrições, à união. Entre eles, são lembradas as cinco ações judiciais movidas contra a Sadia nos Estados Unidos em razão das perdas com derivativos.

"No estágio atual desses processos, não é possível determinar a probabilidade de uma possível perda e/ou valores envolvidos em uma possível perda, nem as despesas que serão incorridas na defesa dessas ações", diz o documento. A possibilidade de a Perdigão captar recursos adicionais no mercado de capitais, por meio da emissão de ações ou colocação pública de valores mobiliários conversíveis em ações também é citada, já que pode resultar em diluição da base acionária, mesmo após a oferta.

Monitor Mercantil

Link: Brasil Foods: Oferta de ações será da Perdigão

Written by gandalfwizard

30 de junho de 2009 às 08:18

Publicado em Brasil Foods, Oferta, Perdigão

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