BRF vai usar 80% de oferta pública para pagar dívidas da Sadia
A recém-criada BRF Brasil Foods, empresa resultante da união entre Perdigão e Sadia, pretende utilizar quase 80% dos recursos provenientes de sua oferta pública no pagamento de dívidas, especialmente da Sadia. Com o mínimo de R$ 4,483 bilhões que espera captar, valor que não considera a emissão de lote suplementar, a empresa quer quitar, em 2009 e 2010, compromissos da ordem de R$ 3,521 bilhões, ou 78,6% do montante total da operação.
A maior fatia dos recursos irá para o pagamento de dívidas relacionadas a Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), no valor de R$ 1,652 bilhão. Também deverão ser pagos R$ 983 milhões em notas de crédito à exportação (NCE) e R$ 387,49 milhões em pré-pagamento de exportações (PPE). Dívidas definidas como de custeio, no valor de R$ 368,59 milhões, também deverão ser quitadas até 2010. Os R$ 129,76 milhões restantes irão arcar com diversas outras dívidas.
Após todas as destinações, restarão ainda R$ 961,61 milhões, que serão direcionados ao caixa da BRF Brasil Foods, com o objetivo de "equilibrar sua estrutura de capital consolidada".
No prospecto da oferta, divulgado hoje, a BRF lembrou ainda que o valor total das dívidas da Sadia, bem como de suas subsidiárias, somava cerca de R$ 8 bilhões em 31 de março deste ano, com vencimentos que variam de um mês a 11 anos e juros 5% a 12,5% ao ano. Somente a parte financeira do endividamento, representada por diversas modalidades de financiamento, era de R$ 6,8 bilhões.
Na última quarta-feira, as duas empresas concluíram a primeira etapa de sua união, com a Perdigão, que já foi rebatizada para BRF Brasil Foods, assumindo o controle indireto da Sadia. Na mesma data, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou às duas companhias que mantivessem independentes suas estruturas administrativas, produtivas e comerciais.
Valor
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