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Ata do Copom indica estabilidade futura dos juros

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A ata do Copom está cheia de sinais que talvez não vai acontecer a curto prazo novos cortes de juros. Ela conta que alguns diretores acharam que nem deveria ter sido reduzida na última reunião, mas que outros acharam que o balanço dos riscos permitia nova redução dos juros A taxa como se sabe caiu 0,5%. Em vários pontos da ata, o Banco Central fala da “magnitude” da flexibilização já feita e dos seus efeitos defasados no tempo. Em outras palavras, os juros caíram muito e essa queda continuará afetando favoravelmente a economia nos próximos meses.

Segundo a ata é melhor ir devagar com o andar agora para que haja mais avanço no futuro. “O Copom considera, também, que uma postura mais cautelosa contribuirá para mitigar o risco de reversões abruptas da política monetária no futuro e, assim, para a recuperação consistente da economia ao longo dos próximos trimestres.”

Em relação a outros pontos a ata do Copom diz:

Inflação: Todas as medidas de inflação caíram em junho. No ano todos os índices estão mostrando queda. Mesmo assim, a política monetária tem que continuar buscando o centro da meta para este ano e os próximos. Curioso é que apesar de ata falar das oscilações dos preços do petróleo continua prevendo aumento zero para combustíveis e gás, e prevê 5% de elevação para tarifas de telefonia.

Produção industrial: ”O piso ocorreu em dezembro-janeiro, sendo seguido por gradual recuperação, cujo ritmo continua sendo influenciado pela conjuntura internacional”. Mas a produção industrial ainda está bem abaixo do mesmo período do ano passado e a utilização da capacidade ociosa da indústria ainda que esteja subindo, ainda está baixo. Isto justificaria novas quedas de juros, mas a ata não fala disso.

Emprego: O mercado de trabalho continua registrando indicadores ambíguos.

Comércio: Após quedas sucessivas nos meses finais de 2008, os dados do comércio ampliado vêm desde o início do ano se recuperando, principalmente pela alta nas vendas de veículos, por causa dos incentivos setoriais concedidos pelo governo e a alguma melhora no acesso ao crédito automotivo.

Tensão internacional: Diminuiu, mas permanece volátil. “O retorno da confiança está frágil”, alerta.

Crise: A visão atualmente dominante aponta para contração da economia mundial em 2009, com recuperação apenas em 2010.

Apesar de o nível de atividade ainda estar fraco, diz o Copom os “efeitos desses estímulos devem ser cuidadosamente monitorados ao longo do tempo, e são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária, que devem assegurar a concretização da convergência da inflação para a trajetória de metas ao longo do horizonte relevante”.

Ou seja, esse monitoramento, essa cautela, moderação, efeitos defasados, magnitude da queda já ocorrida, tudo isso em componês quer dizer que talvez os juros não caiam mais, por enquanto. Se cair, será um pouquinho de nada.

Míriam Leitão

Link: Copom dá sinais de que juros não cairão

Written by gandalfwizard

30 de julho de 2009 às 19:39

Publicado em Banco Central, Governo, Juros

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