Valorização do real gera lucro R$ 306 milhões pra Klabin

A fabricante de papéis Klabin teve um forte segundo trimestre. A companhia lucrou R$ 306 milhões no período, o dobro do registrado um ano antes e dez vezes mais que o obtido nos três primeiros meses de 2009.

No entanto, esses números na última linha do balanço não decorrem de melhora operacional, já que receitas e volume de vendas caíram tanto no comparativo anual quanto no trimestral. A companhia se beneficiou, mesmo, da valorização do real ante o dólar no período, que gerou um ganho financeiro líquido de R$ 383,79 milhões.

De volta às operações, a receita líquida, incluindo madeira, totalizou R$ 683 milhões, 12% inferior ao segundo trimestre de 2008. A diminuição, segundo a companhia, se deve, principalmente, ao menor volume vendido. Perante os três primeiros meses de 2009, as vendas líquidas recuaram 5%, reflexo da redução da taxa de câmbio e da queda de preço no papel kraftliner exportado.

O mercado interno respondeu por R$ 527 milhões da receita líquida, queda de 11% sobre o registrado um ano antes. As vendas externas responderam pelos R$ 156 milhões restantes, baixa anual de 18%.

O custo do produto vendido diminuiu 16% no comparativo anual, somando R$ 518 milhões. As despesas com vendas recuaram 14%, para R$ 68 milhões. As despesas gerais e administrativas cederam em 3%, somando R$ 43 milhões. A redução nos gastos reflete, em grande parte, o menor volume de venda.

A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) fechou o trimestre em R$ 150 milhões, elevação de 6% sobre o registrado um ano antes. Já a margem subiu de 18% para 22%.

O endividamento bruto em 30 de junho de 2009 estava em R$ 4,803 bilhões, uma redução de R$ 570 milhões sobre o registrado ao fim do primeiro trimestre.

Segundo a companhia, esta diminuição decorreu da valorização de 16% do real frente ao dólar no trimestre, que gerou um ganho de variação cambial, sem efeito caixa, de R$ 456 milhões.

Da dívida total, R$ 2,446 bilhões (51%) são denominados em moeda estrangeira, equivalente a US$ 1,253 bilhão, substancialmente, pré-pagamento de exportações.

Valor

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