Marcopolo espera aumento de 20% nas exportações

A melhora no cenário econômico mundial, a sazonalidade e a ajuda governamental fazem a Marcopolo, fabricante de carrocerias para ônibus, acreditar em um segundo semestre de retomada no setor. A expectativa da empresa é que as exportações cresçam cerca de 20% ante os primeiros seis meses do ano. "Sempre fomos otimistas, mas a demanda ficou muito deprimida no primeiro semestre. Hoje se visualiza que o crédito existe", afirma José Rubens de La Rosa, diretor-geral da Marcopolo.

No primeiro semestre do ano, a empresa registrou queda de 11,8% na fabricação de ônibus ante o mesmo período de 2008. A produção nas fábricas do México recuou mais de 35%. Na Rússia, onde o cenário foi o mais crítico, segundo De La Rosa, uma fábrica foi fechada para diminuir custos. Por enquanto, as projeções de 23 mil unidades e de um faturamento líquido de R$ 2,6 bilhões estão mantidas. A empresa está lançando uma nova linha de ônibus, a Geração 7, e afirma que a Copa do Mundo está impulsionando as vendas na África do Sul. A empresa ganhou licitação para fornecer 460 ônibus rodoviários para delegações estrangeiras.

Segundo De La Rosa, o foco deste ano está na Índia, onde duas fábricas começaram a operar e representam a maior produção da empresa fora do país. "Saímos de 500 e vamos fechar o ano com mais de 4 mil funcionários", disse. No início do ano, a Marcopolo flexibilizou jornadas de trabalho. A empresa conta hoje com 11.713 funcionários no Brasil e no exterior. O executivo ressalta, porém, a pressão "violenta" da apreciação cambial sobre os negócios. "Pior que um câmbio derretendo é não saber para onde ele vai", afirma, sem fazer previsões. "O Brasil deve refletir se quer ser apenas um exportador de commodities."

Estado

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