Títulos para capitalizar Petrobras devem voltar ao governo

O uso de títulos públicos para capitalizar a Petrobras, opção considerada pelo governo para viabilizar os investimentos necessários na exploração do pré-sal, não deve alterar o nível de dívida em circulação, segundo uma fonte a par das discussões.

Isso porque os títulos públicos acabariam voltando ao governo na forma de pagamento pela aquisição de áreas de exploração de petróleo. "Os títulos vão e voltam (para o governo). Essa emissão seria apenas uma forma de operacionalizar a capitalização", disse a fonte, ponderando que outras opções também foram consideradas, como uma capitalização diretamente em dinheiro.

O governo detém cerca de 55 por cento das ações ordinárias da Petrobras. Considerando o capital total, a participação é de cerca de 32 por cento e a fatia do governo em um aumento de capital da estatal respeitaria essa proporção, no caso de os demais acionistas acompanharem o aumento de capital.

Se nem todos os demais acionistas quiserem fazer aportes na capitalização, o governo poderia, ao final da operação, ter sua participação elevada na Petrobras.

Até a última sexta-feira, era esse o modelo de capitalização considerado pelo governo, mas as discussões continuavam durante o final de semana.

Se prevalecer essa opção, o governo chegaria ao final da operação com mais ações da Petrobras, ainda que não necessariamente com maior participação, e a estatal teria áreas importantes de exploração de petróleo, enquanto os títulos públicos emitidos para o operação "praticamente deixariam de existir", explicou a fonte, que pediu para não ser identificada.

O governo deve apresentar na segunda-feira sua proposta de novas regras para o setor petrolífero, ampliando a participação estatal nos grandes campos descobertos recentemente na área ultraprofunda abaixo da camada de sal.

Junto com as propostas para o novo marco regulatório do setor é possível que seja anunciado também o modelo de capitalização da Petrobras.

Reuters

Link: Títulos para capitalizar Petrobras devem voltar ao governo