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Brookfield prepara nova oferta de até R$ 700 milhões

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A Brookfield (ex-Brascan) vai engordar a safra de emissões do setor imobiliário. A empresa será a próxima incorporadora a anunciar uma emissão de ações. Segundo o Valor apurou, a companhia pretende levantar cerca de R$ 600 milhões com a operação. Entusiasmadas com o aquecimento do setor imobiliário e o apetite do investidor estrangeiro, as empresas inauguram uma nova fase de ofertas de ações que somam perto de R$ 3 bilhões.

Mas essa nova rodada de emissões – com pelo menos três novas captações em um curto intervalo – já acendeu o sinal amarelo. A dúvida, invariavelmente, é se haverá demanda para tantas emissões e quanto desse movimento não é uma resposta ao assédio dos bancos de investimento.

Até agora, apenas as companhias com forte exposição ao segmento de baixa renda haviam anunciado ofertas. Depois da MRV, que abriu a nova fase de captação e conseguiu levantar R$ 722 milhões em uma oferta considerada bem-sucedida, na semana passada PDG Realty e Rossi protocolaram pedido de registro de oferta de ações na Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). A Brascan será a primeira construtora com atuação mais diversificada – está no segmento residencial de médio e alto padrão e comercial de pequeno e grande porte – a testar o mercado. "De alguma forma, há várias companhias querendo se preparar", afirma fonte do setor.

Outra empresa que estuda fazer uma emissão, mas ainda não definiu se optará por esse caminho é a Cyrela. Uma das possibilidades é que a companhia faça uma cisão e abra o capital da Living, sua empresa para baixa renda, que começou como uma marca e vem ganhando destaque nos resultados gerais da construtora.

Outra opção é colocar um investidor dentro da Living. A Cyrela fez uma primeira cisão com a CCP, Cyrela Commercial Properties, braço de imóveis corporativos, em abril de 2007 – no mês passado fez uma joint venture de US$ 400 milhões com o governo de Cingapura e com um fundo de pensão canadense. A própria Cyrela acaba de buscar outra fonte para se capitalizar. Na semana passada, a anunciou a emissão de R$ 350 milhões em debêntures não conversíveis.

Outro nome que circula no mercado para uma possível emissão é a Rodobens Negócios Imobiliários, um dos alvos dos bancos de investimento. Mas a possibilidade de que haja uma emissão da Rodobens é mais remota. A Gafisa chegou a registrar uma oferta na Anbid neste ano, mas o mercado virou e, sem a resposta esperada dos investidores, cancelou a emissão.

Uma dúvida que começa a ser levantada é se a euforia que tomou conta do setor entre 2006 e 2007 e fez com que o segmento imobiliário tivesse 21 empresas listadas – sem contar as de shopping center – não possa estar voltando, ainda que em menor proporção. O efeito da abertura de capital foi nefasto para algumas companhias, como Tenda, Abyara, Klabin Segall e Inpar. Todas foram adquiridas a preços muito baixos e, com exceção da Inpar, seus fundadores saíram do negócio. A consolidação foi uma ótima oportunidade para uns e a única saída para outros, mas promoveu um ajuste no setor.

O cenário melhorou muito rápido nos últimos 12 meses. O programa habitacional do governo e a recuperação do mercado imobiliário a partir do segundo semestre renovaram o setor, que saiu bastante machucado da crise. "Os números do segundo trimestre confirmam que as empresas brasileiras de construção atingiram um novo estágio e o alto nível da demanda pode ser medido pelo aumento da velocidade de vendas, que saiu de 13,1% no primeiro trimestre para 20,6% no segundo, com destaque para quem atua na baixa renda", diz relatório do banco Credit Suisse sobre o setor.

Quem está em contato com investidores estrangeiros diz que o interesse pelo Brasil e o mercado imobiliário em especial é muito grande. Mas o dinheiro no mundo continua escasso e a concorrência é alta. O mesmo capital será disputado pelas empresas que fazem emissões de ações e pelos fundos de participação, que iniciaram nova rodada de captações. "O interesse por Brasil é grande, mas os investidores estão mais cautelosos, querem conhecer muito bem cada ativo antes de tomar qualquer decisão de investimento", afirma Leonardo Correa, diretor de relações com investidores da MRV.

Valor

Link: Brookfield planeja oferta de ações de R$ 600 milhões

Written by gandalfwizard

8 de setembro de 2009 às 10:03

Publicado em Brookfield, Construção, Oferta

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