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Brasil recebe o grau de investimento da Moody’s

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A agência de classificação de risco Moody’s elevou hoje o "rating" soberano do Brasil para o nível de grau de investimento, e se torna a terceira grande avaliadora a promover o país a "bom pagador" perante o mercado internacional. O Brasil é o primeiro país a receber grau de investimento da Moody’s após o início da crise econômica, que já avisou sobre a possível melhora dessa "nota" no curto prazo.

O grau de investimento é a classificação dada pelas agências de "rating" (nota de risco de crédito) a países com poucas chances de deixar de honrar suas dívidas. Com a nota, o Brasil pode receber recursos de grandes fundos internacionais que só têm autorização para investir em mercados que já conquistaram o carimbo de bom pagador.

O chamado "rating" (nota de risco de crédito) da Moody’s para o Brasil subiu de "Ba1" (classificado como grau especulativo) para "Baa3", a nota mais baixa na escala dos ratings enquadrados na classificação grau de investimento.

A Moody’s também colocou a "nota de risco" do Brasil em perspectiva "positiva", o que significa que, no curto prazo, há maiores chances de que o "rating" melhore na revisão periódica que a agência faz de suas avaliações.

"A elevação reflete o reconhecimento pela Moody’s de que a capacidade de absorção de choques, incluindo a capacidade de resposta das autoridades, aponta para uma melhora significativa do perfil de crédito soberano do Brasil," afirma Mauro Leos, analista-chefe para o Brasil da agência.

O analista também colocou o Brasil entre os países "vencedores" da crise, que se mostraram menos vulneráveis durante o período de turbulências financeiras.

A agência segue o exemplo, com mais de um ano de diferença, de suas congêneres Standard&Poor’s e Fitch, que também promoveram o Brasil a grau de investimento, em abril e maio de 2008, respectivamente.

Em maio de 2008, uma agência menor, a canadense DBRS, elevou o rating do Brasil. A DBRS justificou sua decisão citando "a grande previsibilidade das políticas macroeconômicas", "o fortalecimento estrutural das receitas públicas gerais" e a "melhora tanto no tamanho quanto na estrutura da dívida pública".

O "rating" é uma opinião sobre a capacidade de um país ou uma empresa saldar seus compromissos financeiros. A avaliação é feita por empresas especializadas, as agências de classificação de risco, que emitem notas, expressas na forma de letras e sinais aritméticos, que apontam para o maior ou menor risco de ocorrência de um "default", isto é, de suspensão de pagamentos.

Para publicar uma nota de risco de crédito, os especialistas dessas agências avaliam além da situação financeira de um país, as condições do mercado mundial e a opinião de especialistas da iniciativa privada, fontes oficiais e acadêmicas.

O "rating" é sempre aplicado a títulos de dívida de algum emissor. Se uma empresa quer captar recursos no mercado e oferece papéis que rendem juros a investidores, a agência prepara o "rating" desses títulos para que os potenciais compradores avaliem os riscos.

As agências, portanto, classificam debêntures, "medium-term notes", títulos de dívida conversível, mas não ações.

Folha

Link: Brasil é primeiro país a receber grau de investimento após crise

Written by gandalfwizard

23 de setembro de 2009 às 09:47

Publicado em Governo, Moody's, Rating

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