Cosan e AleSat podem unir forças para enfrentar a Shell em combustíveis

Após uma inflamável temporada de fusões e aquisições, o mercado de distribuição de combustíveis caminha agora para a consolidação da consolidação. Pelo menos no roteiro traçado por Cosan e AleSat, que compraram, respectivamente, os postos da Esso e da Repsol no Brasil.

As duas companhias vêm mantendo contatos com vistas a uma possível associação. Na semana passada, Marcelo Alecrim, sócio e presidente da AleSat, teria se reunido com executivos de um banco de investimentos representante da Cosan.

As conversas passam pela criação de uma nova empresa operacional que abrigaria todos os postos da dupla. Com ativos de maior peso na balança, a Cosan teria 60% desta companhia; o restante ficaria nas mãos dos atuais controladores da AleSat.

O que mais atiça as duas empresas é a oportunidade de brigar pelo terceiro lugar no ranking do comércio retalhista. Juntas, Cosan e AleSat vão triscar nos calcanhares da Shell, com três mil postos em todo o país, contra 3,3 mil da rede anglo-holandesa. O market share da dupla beira os 10%, apenas dois pontos percentuais abaixo da participação da Shell.

As duas empresas têm motivações similares para buscar uma associação na área de distribuição de combustíveis. A Cosan tenta retomar o fôlego financeiro após duas aquisições de peso em menos de um ano – além dos postos da Esso, fechou a compra da indústria sucroalcooleira Nova América.

Desde que a fonte do mercado de capitais secou, Rubens Ometto tem se desdobrado para encontrar outras formas de financiamento. Da Gávea Investimentos, garantiu um aporte de capital de US$ 130 milhões; do BNDES, arrancou um empréstimo de R$ 370 milhões.

Diante das recentes operações de compra e dos projetos em curso na produção sucroalcooleira, há uma crescente preocupação dentro da Cosan em relação aos expressivos investimentos necessários para alavancar as operações no setor de combustíveis.

O mesmo se aplica à AleSat. Os próprios controladores do grupo entendem que a compra dos postos da Repsol foi a parte mais simples da história. Embora tenha uma situação financeira confortável, o grupo precisará dar um salto bem maior para aumentar a escala e a competitividade da sua rede, notadamente no Sudeste.

Relatorio Reservado

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Ale compra rede de postos da Repsol no Brasil

A Ale fechou hoje a compra da rede de distribuição de combustíveis e asfalto da Repsol no Brasil por R$ 130 milhões. Pelo acordo, os 327 postos de serviços da empresa espanhola existentes em sete estados brasileiros passarão a ter a marca da Ale até o fim de 2010. Com a negociação, o grupo brasileiro passará a contar com uma rede de 1.700 postos em 22 estados e no Distrito Federal, com um market share de 4,6%.

De acordo com nota distribuída pela Ale, a aquisição significará um aumento de 20% aos cerca de 300 milhões de litros de combustíveis comercializados mensalmente pela empresa. A empresa revelou que serão feitos investimentos de R$ 250 milhões nos próximos cinco anos em logística, frota, novos postos e tecnologia da informação.

O objetivo da Ale é atingir faturamento de R$ 8,1 bilhões em 2012, quando espera contar com uma rede de 2.500 postos.
"Com essa negociação, a companhia passa a ter muito mais competitividade no mercado brasileiro, uma vez que o ganho de escala é um grande diferencial no setor de combustíveis", ressalta o presidente da empresa, Marcelo Alecrim.

A aquisição também marca a entrada da marca Ale no Rio Grande do Sul, onde a Repsol mantém 20 postos. O negócio também é representativo em São Paulo (a rede Ale passará dos atuais 120 para 220 postos) e no Rio de Janeiro (de 80 para 140), além de acrescentar 25 lojas de conveniência Entreposto.

O BBI foi o assessor financeiro e o Bradesco o financiador da operação de compra da Repsol pela Ale. Antes disso, o Bradesco BBI já havia participado ativamente de outros negócios da AleSat, como: a fusão entre as empresas Ale Combustíveis e Sat Distribuidora de Petróleo, em 2006, e a compra da distribuidora Polipetro, em 2008.

Valor

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Distribuidora AleSat anuncia aquisição e expansão na região Sul

A AleSat, quinta maior distribuidora de combustíveis do país, anunciou nesta terça-feira a compra de catarinense Polipetro, que detém 130 postos em Santa Catarina e no Paraná. A empresa não divulgou os valores da transação.

A estimativa da AleSat é que os novos postos permitirão incremento de 20 milhões de litros no volume comercializado a cada mês pela companhia. Inicialmente, a marca Polipetro será mantida, mas deverão ser substituídas, aos poucos, pela marca Ale.

A AleSat é resultado da fusão entre a distribuidora mineira Ale e a potiguar Sat. Com a união, todos os postos da empresa passaram a ser representados pela marca Ale. Os postos Sat foram substituídos. A empresa tem, atualmente, uma rede de 1.200 postos espalhados em 21 Estados, e tem faturamento de aproximadamente de R$ 6 bilhões anuais.

"Essa aquisição é muito importante para entrarmos de forma vigorosa nos mercados de Santa Catarina e Paraná, além de sustentar e fortalecer o crescimento da empresa no Sul", afirmou, em comunicado, o presidente da companhia, Marcelo Alecrim.

Folha

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