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Indústria de arroz investe para ampliar produção e exportar

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O fato de o Brasil se tornar, neste ano, o 10º maior exportador mundial de arroz – até então o País não figurava no ranking – estimulou a indústria arrozeira do País a aumentar a produção. Além de embarcar mais, o setor mudou o perfil de produto comercializado: do quebrado para o inteiro e o parboilizado, o que provocou adaptações também nas unidades industriais. A capacidade ociosa das empresas do setor também mudou: caiu, em média, até 10 pontos percentuais. Os embarques do produto cresceram 120% na comparação com 2007.

Os investimentos são verificados tanto em Santa Catarina, quanto no Rio Grande do Sul – maior produtor nacional do cereal. Em Camaquã (RS), a Blue Ville está investindo R$ 45 milhões, até 2010, na ampliação da capacidade de armazenagem, no parque fabril e também em uma usina de geração de energia a partir de arroz. Até o momento, já foram instalados 10 silos – com capacidade de 1,5 milhão de toneladas – e, ao final do projeto, a empresa terá 30 silos, que abrigarão 3,5 milhões de toneladas. "Ampliamos a fábrica para dar vazão ao crescimento, tanto do mercado interno quanto do externo", diz Silmar Fernandes, diretor-comercial da empresa.

As obras começaram no meio do ano passado – antes do boom das exportações brasileiras. Segundo Fernandes, a empresa já estava se preparando para um mercado aquecido e a dificuldade de fornecimento de matéria-prima – por isso a necessidade de aumento da capacidade de armazenagem. Até o momento, de acordo com o diretor-comercial da indústria, a produção (de arroz branco) já aumentou em 60% e, ao final do projeto, será 90% maior. "A exportação é uma grande oportunidade", afirma Fernandes.

Este é o primeiro ano de exportação da empresa, que espera fechar 2008 com 5% da sua produção voltada para este mercado.

Na Cooperativa Agropecuária de Jacinto Machado (Cooperja), os investimentos também começaram antes mesmo da abertura do mercado externo. "Quando planejamos a planta, já havia a possibilidade, em médio prazo, de exportar", diz Diógenes Bellettini, gerente Administrativo-financeiro da cooperativa. A empresa aplicou R$ 20 milhões na construção de uma unidade fabril em Santo Antônio da Patrulha (RS) – onde serão beneficiados 200 mil fardos de arroz por mês.

Metade da capacidade já está em uso. A matriz da empresa, em Santa Catarina, está com sua capacidade máxima em uso: 120 mil fardos por mês. Belllettini explica que a venda para o mercado externo proporcionou que, pela primeira vez, a cooperativa batesse recorde de processamento em um mês.

Aqueles que ainda não investiram, pelo menos diminuíram a capacidade ociosa. É o caso da Camil Alimentos e da Urbano. "A Camil tem um planejamento anual de modernização e sempre estamos observando oportunidades de aquisições. Se o mercado internacional se mantiver ou aumentar a demanda, eu amplio minha capacidade, compro ou construo", afirma Jacques Maggi Quartiero, diretor da empresa.

Apesar de não revelar a quantidade comercializada com o exterior, o diretor da companhia afirma que o crescimento das vendas da Camil é proporcional ao verificado na média brasileira do setor. Segundo ele, por conta disso, a produção destinada ao mercado externo está usando a capacidade que era ociosa. Ele diz que a empresa tem negócios fechados até o final do ano, de forma escalonada. "Se todas as exportações fossem de uma vez só, teria de diminuir a venda interna", afirma. Segundo ele, a ociosidade estava em 15% e agora está ocupando o ano todo. Na linha de parboilizado a capacidade está plena.

Na Urbano, a capacidade ociosa, que estava entre 20% e 25% no ano passado, passou para 15% a 20% em 2008. A empresa ainda não fez investimento em aumento de produção porque aguarda a consolidação do mercado internacional.

Gazeta Mercantil

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Written by gandalfwizard

27 de agosto de 2008 at 08:37

Governo brasileiro suspende exportação de arroz para evitar desabastecimento

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O ministro de Agricultura, Reinhold Stephanes, informou que desde a semana passada estão suspensas as exportações de arroz dos estoques do governo. O ministro explicou ainda que amanhã se reunirá com produtores para pedir a suspensão de vendas externas feitas diretamente pelo setor privado.

Segundo o ministro, podem ser usados mecanismos como aumento da tarifa de exportação do produto para inibir a venda. Stephanes diz que o objetivo é proteger o mercado interno. Ele disse que está preocupado com o abastecimento daqui a quatro ou cinco meses, uma vez que o preço do arroz vem aumentando muito no mercado mundial e importar está cada vez mais difícil.

O ministro afirmou que não há prazo para retomar a exportação e que o governo tem acompanhado de perto o mercado. "É pelo tempo necessário para que tenhamos segurança de que não vai faltar arroz no Brasil".

Segundo o CBOT (Chicago Board of Trade), maior bolsa de commodities agrícolas do mundo, a saca do arroz subiu, nos últimos três meses, de US$ 15,50 para US$ 24,46.

Hoje, o estoque público do Brasil é de 1,6 milhão de toneladas, sendo que 1 milhão é a quantia considerada excedente, ou seja, que poderia ser exportado sem afetar o mercado interno imediatamente.

"Como o Brasil possui um excedente muito pequeno, é melhor guardar para o mercado interno", afirmou Stephanes. Segundo ele, o Brasil não é grande exportador de arroz, mas vende ao mercado externo, anualmente, cerca de 800 mil toneladas.

O crescimento da demanda mundial por alimentos e a conseqüente alta dos preços tem sido motivo de debates ao redor do mundo nas últimas semanas. Assim, destacou Stephanes, cresceu fortemente o número de pedidos ao Brasil vindo de países da América do Sul e da África, o que pode comprometer o estoque futuro.

"Recebemos vários pedidos, chegamos a manter entendimentos para exportar 600 mil toneladas dos estoques que nós temos, mas, depois de alguns países da Ásia fecharem a exportação, nós também evidentemente seguramos", disse.

Stephanes disse ainda que o governo acompanha atentamente o mercado de milho, que é usado também como ração para animais. O Brasil tem um excedente de 12 milhões de toneladas de milho, mas há o receio de, caso precise importar, não encontre o produto já que a maioria do milho produzido lá fora é transgênico, o que não é usado no Brasil.

"Não há intenção de adotar isso [a suspensão das exportações] em relação ao milho por enquanto, mas nós temos que acompanhar no dia-a-dia o que acontece. Se nós não conseguirmos prever possibilidade de importação eu diria que todos os mecanismos possíveis devem ser adotados para segurar o abastecimento e as necessidades internas", completou.

Folha

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Written by gandalfwizard

23 de abril de 2008 at 21:28

Publicado em Alimentos, Arroz, Inflação