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Petrobras estuda reajuste de combustíveis
O ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, admitiu que a Petrobras está estudando um possível reajuste para os preços dos combustíveis. "- Essa é uma questão que está sendo examinada pela própria Petrobras e depois será tratada a nível de ministério e do próprio governo, mas há tempo para se resolver isso." afirmou o ministro em entrevista ao ser questinado sobre o valor do barril de petróleo acima de 100 dólares.
O presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, confirmou a informação, dando destaque que não apenas a cotação do barril do petróleo é levada em consideração para determinar o preço cobrado pelos combustíveis, sem entrar em maiores detalhes sobre que outros fatores estariam sendo analisados pela estatal.
O último reajuste de combustíveis feito pela Petrobras foi em setembro de 2005, e muitos economistas destacam a crescente discrepância dos preços no mercado interno, frente aos preços de outros países. Quando do último reajuste em 2005, os preços praticados na costa do Golfo do México (considerado uma referência importante) estavam superiores em 38%, para a gasolina, e mais de 40%, para o diesel, comparados aos praticados no Brasil.
Hoje essa diferença se encontra em torno de 10% para a gasolina, e 25% para o diesel, em grande parte amenizada pela valorização do Real, frente ao Dólar. Porém essa absorção não ocorre na mesma medida para a Petrobras, que têm seus custos aumentados pela excessiva demanda por materiais e serviços relacionados a exploração e refino do petróleo.
O reajuste promovido pela Petrobras em 2005 foi de 10% e 12%, para a gasolina e diesel respectivamente, bem inferior a disparidade de preços existente à época.
Preço de combustíveis (Imagem cortesia de =Manu=)
Esse cenário leva muitos economistas a afirmarem que um reajuste nas condições atuais é improvável, principalmente considerando que este é um ano eleitoral. Assim apenas na contingência de alguma nova distorção que extreme as diferenças dos preços a Petrobras deve manter os preços estáveis, até pelo menos novembro deste ano.
O Banco Central corrobora a hipotése de estabilidade de preços, em todas as atas que emitiu este ano sempre trabalhou com cenário que prevê nenhum reajuste para gasolina e diesel no ano de 2008. Os cenários de trabalho do Banco Central nem sempre são os mais confiáveis, porém numa leitura mais aprofundada observa-se que ele prevê a estabilidade dos preços no mercado interno mesmo diante de de instabilidade nos preços internacionais: "Cabe assinalar, entretanto, que, independentemente do comportamento dos preços domésticos da gasolina, deve-se reconhecer que a elevação consistente dos preços internacionais do petróleo se transmite à economia doméstica tanto por meio de cadeias produtivas, como a petroquímica, quanto pela deterioração que termina produzindo nas expectativas de inflação dos agentes econômicos.".
Assim o Banco Central não trabalha com uma previsão de controle de preços para o petróleo, de modo geral, e sim para os preços praticados no mercado interno, que são controlados pela Petrobrás, portanto pelo Governo, nessa visão o cenário traçado ganha muito em credibilidade, pois a ação do Banco Central no Brasil é extremamente vinculada a do Governo.
Considerando estes fatores, mesmo com as declarações do ministro e do presidente da Petrobrás, sobre a análise de um possível reajuste, esse ainda parece pouco provável no curto prazo. Contrariando a pressão por preços mais livres, e dos acionistas por remuneração mais justa as vendas da Petrobras.
Marca Petrobrás
Um último fator a ser considerado nessa equação é a crescente participação do álcool no consumo de combustíveis, que deverá em abril deste ano ser maior que o da gasolina, esse aumento aumenta a margem de auto suficiência da Petrobrás na produção de gasolina, pelo menos enquanto os preços do álcool estiverem em baixa.
Somente na eventualidade de um distorção maior, como uma possível desvalorização do real ou uma disparada ainda maior no mercado internacional, os preços do mercado interno de combústiveis devem permanecer inalterados, a excessão são os preços do combústiveis utilizados na aviação que têm sofrido reajustes mensais.
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Porque a globalização funciona? A "Mágica" do mercado
O livro Why Globalization Works, do economista Martin Wolf, nos remete a discussão sobre a base de funcionamento do mercado, e seu papel na integração de diferentes países.
A chamada "mágica" do mercado referida pelo autor, se trata da possibilidade de funcionamento de um sistema extremamente complexo, o mercado, sem um controle centralizado, para que isso ocorra o autor destaca os elementos que precisam ser respeitados. Fundamentalmente as garantias de transparência, de livre concorrência, e cumprimento dos acordos.
Com um sistema que respeite essas caracteristicas, as limitações de espaço para o funcionamento do mercado ficam cada vez mais, apenas nos mapas, se um determinado país respeitas as "regras do jogo", o mercado cuidará de integrá-lo.
A globalização do mercado
Excelente reflexão para entendermos como os movimentos de bolsas por todo o mundo podem ocorrer de maneira coordenada, e até mesmo economias inteiras podem reagir a fatores que lhes parecem completamente externos.
Essas e outras reflexões mais profundas, podem ser lidas no excelente artigo de Rodrigo Constantino: A “Mágica” do Mercado.
A análise sobre globalização pode ser lida no livro de Martin Wolf, chamado Why Globalization Works.