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Cosan busca consolidação de negócios, após aquisições
A sequência frenética de aquisições da Cosan, o maior grupo sucroalcooleiro do Brasil, esconde o tipo de problema comum às companhias com fome de crescimento rápido. Na sobreposição de novos ativos que se somam à estrutura antiga, inicialmente sobram perdas e falta sinergia. Há pelo menos uma década comprando empresas, a Cosan vive na busca contínua de uma integração perfeita de suas operações. São 21 usinas, 43 mil funcionários diretos e uma área de cana-de-açúcar cultivada equivalente a mais de 600 mil vezes um campo de futebol.
Além disso, colecionou empresas dos mais variados setores, da distribuição de combustíveis, com a Esso, à produção de açúcar refinado, com a marca União. Cada um desses braços possui diferenças significativas em seus padrões de gestão, em suas culturas e em seus procedimentos. Pois chegou a hora de transformar essa colcha de retalhos corporativa em um grupo empresarial único, cuja face mais visível é o lançamento de uma nova logomarca.
A meta é integrar todas as operações, respeitando a individualidade de cada setor – uma tarefa que Rubens Ometto, controlador e maestro dessa orquestra, costuma resumir na seguinte expressão: produzir energia elétrica para as casas, etanol para o carro e açúcar para as pessoas. Isso não quer dizer que o fôlego comprador de Ometto esteja adormecido.
"Se bobear, eu pego", disse ele a um grupo de amigos, em tom de brincadeira, durante evento recente. Agora mesmo, ele estaria negociando a compra do Açúcar Guarani, do grupo francês Tereos. A necessidade de integração dos ativos tornou-se mais urgente desde que a Cosan entrou no mercado de varejo de combustíveis, um terreno desconhecido para ela e cercado de rivais de peso.
Ela comprou os 1,5 mil postos da rede Esso, numa de suas operações de compra mais caras já feitas pelo grupo até hoje (US$ 826 milhões). É exatamente aí que está boa parte do atual esforço de integração da Cosan. Após o anúncio da aquisição, em abril de 2008, um comitê formado por integrantes da Esso e da Cosan passou quatro meses juntos.
Ele montou um projeto de reposicionamento da marca. A Esso vai abraçar a causa verde do etanol e usar a imagem de combustível ecologicamente correto. E a expansão orgânica já começou. Silenciosamente, ela tem transformado em unidades da Esso os postos de bandeiras brancas (que trabalham com combustíveis de marcas variadas). Foram 27 migrações apenas em 2008, sendo 13 no Estado de São Paulo. É mais que o dobro do ano anterior.
Desde março, as 58 bases de distribuição de combustível da Cosan já operam de forma integrada à cadeia de postos. Tem mais: os pontos estão sendo revitalizados e até a cafeteria dos pontos foi repaginada. A venda média mensal das lojas reformadas pulou de R$ 57 mil ao mês para R$ 97 mil, segundo apurou a DINHEIRO em relatórios da gerência de divisão de lojas da Cosan. E a empresa já foi procurada para uma nova associação.
O grupo de alimentação espanhol Áreas chegou a sondar o comando da Esso há dois meses. Propuseram abrir restaurantes nos postos e pagar aluguel pelo espaço. A empresa não confirma. "Não descartamos nada, mas não há negociação", diz Marcos Lutz, vice-presidente de comercialização e logística do grupo.
Na Cosan, ninguém fala também nas economias geradas na integração da Esso com o grupo. "Só posso dizer que já realizamos boa parte da sinergia", disse Lutz à DINHEIRO. A princípio, tanto no caso da Esso como das novas usinas compradas, Ometto evita centralizar questões que não sejam realmente estratégicas. E mexe muito pouco nos parques fabris adquiridos logo após o fechamento do negócio. Não há isso de "choque de gestão".
"Ometto delega o que pode e, se acredita no time, ele deixa trabalhar, como é o caso da Esso", diz Eduardo Carvalho, conselheiro da Unica, entidade do setor de açúcar e álcool. Após aquisições, o segundo e terceiro escalões das usinas acabam mantidos, mas os principais executivos são indicados pela Cosan, que dessa forma passa a acompanhar tudo de perto.
Em certos casos, percebeu-se, no entanto, que era preciso aparar muitas arestas. Padrões internos de empresas adquiridas variavam muito – desde o modelo de controle de pragas nas lavouras ao sistema de software que administra a entrada de insumo e saída do álcool da usina. "O trabalho principal é capturar o que cada usina tem de melhor", repetia Paulo Diniz, vice-presidente financeiro e um dos braços diretos de Ometto até abril passado. Alguns exemplos: enquanto a Cosan trabalha utilizando tecnologia SAP desde 2007, na Benálcool (vendida pelo Grupo J.Pessoa em 2008) não existia sistema de controle instalado da mesma magnitude.
Havia ainda ineficiência em certas operações. O índice de rendimento industrial das usinas de Bonfim, adquirida em 2006, e Mundial, comprada um ano antes, estava abaixo da média do grupo Cosan até o início de 2008, apurou a DINHEIRO, com base em relatórios internos.
Na usina de Tamoios, do grupo há dois anos, o aproveitamento agrícola estava ligeiramente inferior à taxa média no mesmo período. Perdas na recepção da cana ou na moenda abaixam o índice. Por isso, a Cosan está tendo de estender, para as últimas usinas que comprou, o que ela chama de Key Performance Indicators (Indicadores-Chave de Performance).
A ideia é que todas as usinas tenham controles de performance padronizados e que isso possa ser apresentado, por região do Estado ou do País, em reuniões mensais. O que a Cosan quer é integrar, mas ao mesmo tempo gerar competição interna nas suas 21 usinas (outras duas estão em construção). É muito da cartilha usada pelas empresas de Jorge Paulo Lemann, a quem Ometto reverencia por ter implementado a prática de uma meritocracia rígida baseada em resultados.
Na Cosan, todas as usinas adquiridas já têm acesso aos dados de desempenhos individuais. A regional de Araçatuba acompanha a performance de Jaú, Araraquara e Piracicaba. "Ao mesmo tempo que os resultados são apresentados nas reuniões todos os meses, as correções são feitas, em tempo real, na mesa de discussão", conta um ex-executivo do grupo.
Mudanças também acabaram atingindo a cadeia de comando da Cosan. A companhia cresceu tanto que passou a existir uma sobrecarga de trabalho no braço industrial do grupo. Foi preciso contratar mais gente e redividir as tarefas.
Chegaram a pipocar rumores de disputas de poder internas e ruídos na comunicação na área de novos projetos. Tudo porque o engenheiro Antonio Stuchi, com 25 anos de experiência no setor, foi chamado pelo grupo há um ano para dividir tarefas com o vice-presidente industrial Armando Viotti, que cuidava de todo o processo produtivo. A empresa correu para jogar panos quentes. "O que existia era sobrecarga de trabalho", explicou num jornal interno o vice-presidente geral, Pedro Mizutani.
O interessante é que parte das decisões estratégicas adotadas recentemente tem relação com planos de operação de empresas vitoriosas em seus setores. A Cosan tem, por exemplo, um projeto ambicioso na área logística. Ela tem dito que quer tornar a Rumo, o braço logístico da companhia, na maior empresa de escoamento de açúcar do Brasil. O objetivo final é integrar porto, estradas e ferrovias, copiando o modelo das mineradoras de ferro, como a Vale do Rio Doce. Inclusive, logo após a Vale anunciar a remodelação de seu logo em novembro passado, a Cosan iniciou os mesmos trabalhos nesse sentido.
A nova logomarca foi apresentada aos funcionários em fevereiro, num encontro fechado em Angra dos Reis (RJ). A DINHEIRO apurou que a empresa aproveitaria o momento de anúncio do logotipo para apresentar ao mercado uma nova Cosan, com campanha publicitária que revelaria os reflexos positivos do seu processo de integração recente. Efeitos negativos da crise, que inclusive afetaram os resultados do grupo em 2008, teriam feito a proposta perder fôlego internamente.
Maior produtora e processadora de açúcar do mundo, e maior exportadora de álcool do planeta, a empresa já teria 60% de sua receita oriunda de ativos comprados desde 2000. Boa parte dos mais de US$ 3,8 bilhões obtidos pela empresa com emissões de títulos de dívida e de ações desde 2000 foi usada para finalizar aquisições costuradas por Ometto.
Em apenas quatro anos, a companhia mais que dobrou de tamanho em termos de receita. Faria todo o sentido se reorganizar desfazendo- se de operações que não lhe interessam. Em maio, a venda para a Shell, por US$ 75 milhões, do braço de combustível para aviação é um exemplo disso. Acaba sendo um dinheirinho extra na dívida global do grupo (em R$ 4,2 bilhões de maio a janeiro, 65% a longo prazo). E um negócio a menos para ocupar a cabeça de Ometto.
Istoé Dinheiro
Link: Cosan 3 em 1
Cosan e Exxon divergem sobre marcas Esso e Mobil
Exxon quer retomar as marcas Esso e Mobil no Brasil, e bate de frente com a Cosan. A Exxon e o empresário Rubens Ometto, dono da Cosan, estão à beira de um contencioso. O motivo é o acordo de cessão das marcas Esso e Mobil, vinculado à venda da rede de postos da multinacional no Brasil. Os norte-americanos querem rasgar o contrato que eles próprios assinaram há pouco mais de um ano e retomar o direito sobre os dois brands.
Ao comprar os postos da Exxon, a Cosan garantiu o uso das marcas Esso e Mobil no país por um período de cinco a dez anos – o intervalo varia de acordo com os produtos comercializados. Arrependida, a Exxon procurou Ometto com duas propostas: a redução do período de vigência do contrato ou, ao menos, a liberação da marca Mobil.
O dono da Cosan tem se mostrado irredutível quanto ao cumprimento do contrato. Na tentativa de esgarçar ao máximo as possibilidades pela via diplomática, a Exxon acena à usina sucroalcooleira com a possibilidade de um acordo comercial, leia-se a distribuição conjunta dos produtos com as duas marcas. Caso esta última cartada não dê resultado, só restará ir para o pau.
A multinacional está disposta a usar de todos os recursos legais para cancelar o contrato, não obstante a complexidade jurídica da matéria. A Exxon se penitencia por ter aceitado o acordo de cessão das marcas.
A multinacional constatou que vive uma crise de identidade no Brasil. Ela está se sentindo órfã de um nome de maior apelo junto ao mercado consumidor. A preocupação se acentuou devido a uma pesquisa de brand encomendada pela Exxon.
Segundo mapeamento feito junto a formadores de opinião, indústrias da cadeia petroleira e público em geral, mesmo com pesados investimentos em publicidade institucional os norte-americanos terão dificuldade para disseminar o nome Exxon no mercado brasileiro.
A Exxon mantém três atividades no país: exploração e produção de petróleo, suporte a empresas da área de gás – operação concentrada em Curitiba –, e a venda de produtos químicos, fabricados em São Paulo.
Na avaliação dos norte- americanos, esta última unidade de negócio é a que mais se ressentirá de uma marca com maior apelo comercial. O que acentua o problema é que o grupo pretende trazer para o Brasil outros derivados vendidos diretamente no varejo. Sem uma marca forte, fica difícil.
Relatório Reservado
Link: Exxon quer retomar as marcas Esso e Mobil no Brasil, e bate de frente com a Cosan
Cosan estima que quase a totalidade de sua produção de etanol será para a Esso
A Cosan estima uma produção de 2,3 bilhões de litros de etanol para este ano, segundo Marcos Marinho Lutz, vice-presidente comercial e de logística da empresa. Deste total, cerca de 2 bilhões de litros serão comercializados na rede de postos Esso.
– Contamos com grande potencial de estoque e capacidade logística para atender a crescente demanda do mercado e aumentar ainda mais nossa participação – afirmou.
Com o objetivo de acompanhar o momento mais favorável para o açúcar na safra em andamento e possivelmente na próxima (2010/11), Lutz disse que a Cosan vai aumentar sua capacidade para produção de açúcar.
– Com o mix atual, a empresa tem condições de se tornar mais açucareira, sem comprometer as estratégias logísticas e de marca dos produtos.
Ele assinalou que a Cosan vai destinar 50% da cana-de-açúcar cultivada para a produção de álcool e 50% para a produção de açúcar.
O vice-presidente da Cosan disse ainda que, dando continuidade ao processo de verticalização, a empresa também vai acelerar a sinergia com as empresas do setor de petróleo, como já aconteceu ao incorporar a Esso.
– Esta é uma oportunidade de exportarmos cada vez mais energia. Ao mesmo tempo, as empresas de petróleo também vão optar por aumentar sua participação nos biocombustíveis – afirmou.
Canal Rural
Link: Cosan estima produção de etanol em 2,3 bilhões de litros em 2009
O tigre da Cosan ficou mais caro
Desde o primeiro dia de dezembro, a Cosan tem um novo símbolo: o tigre da distribuidora de combustíveis Esso, comprado da ExxonMobil. Com a finalização do negócio, anunciado em abril, a Cosan passa a ter braços em toda a cadeia de combustíveis, do plantio da cana à entrega do álcool ao varejo. O problema é que o negócio saiu mais caro que a encomenda.
Em sete meses, a cotação do dólar cresceu 30%. E o valor da transação, que foi reduzido em dólares, acabou ficando maior em reais. O preço final ficou em US$ 715 milhões, mais dívidas de US$ 175 milhões. De R$ 1,73 bilhão, virou R$ 2,0 bilhões. Em setembro, a companhia havia feito um aumento de capital de R$ 880 milhões com a emissão de 55 milhões de ações ordinárias e um empréstimo de US$ 1,5 bilhão com Bradesco e Calyon Brasil para os planos de expansão e pagamento da aquisição da Esso.
Essa virada econômica poderia não causar tantos problemas se as perspectivas setoriais fossem animadoras. Porém, o setor sucroalcooleiro tem margens apertadas, os preços estão em queda e a demanda está recuando com a retração do consumo global. "A distribuição tem margens baixas e a rentabilidade do álcool historicamente depende dos incentivos do governo", diz Peter Ho, analista da Planner Corretora, que recomenda a venda do papel. "Por todos esses fatores, essa operação ficou cara para a Cosan." O valor da empresa na bolsa caiu mais de R$ 5 bilhões em cinco meses.
Istoé
Cosan coclui aquisição dos ativos da Esso no Brasil por US$ 890 milhões
Gandalf Wizard
Investidor Informado
A Cosan (CSAN3) finalizou em 1º de dezembro, a aquisição de 100% dos ativos de distribuição e comercialização da Esso no Brasil, mediante pagamento de US$ 715 milhões à ExxonMobil, além da assunção de dívidas de US$ 175 milhões.
A Cosan assume a posição de 4ª maior distribuidora de combustíveis do país, com mais de 1,5 mil postos de serviço da Esso em vinte estados do Brasil, com vendas de 5 milhões de litros de combustíveis e 160 milhões de m³ de GNV.
O acordo de aquisição prevê que a Cosan continuará utilizando as marcas Esso e Mobil nos postos de atendimento.
Cosan emite para pagar Esso
A Cosan emitirá até US$ 500 milhões em notas promissórias para completar o pagamento pela aquisição dos ativos de distribuição e revenda da Esso no Brasil, comprados por US$ 826 milhões no início do ano. A operação terá custo de 100% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) mais um spread de 3%.
A emissão ocorre em um momento de escassez de crédito internacional. A captação por meio de notas promissórias, contudo, é uma das poucas que ainda tem encontrado demanda no mercado, sobretudo em função dos altos juros pagos por ela.
A data da colocação dos documentos ainda vai ser definida, e a operação pode ser feita em uma ou mais séries. O valor nominal e unitário das notas – com prazo de validade de um ano – poderá variar entre R$ 1 milhão de reais de R$ 25 milhões.
Energia Hoje
Cosan poderá utilizar suas próprias ações para adquirir companhias rivais, diz CEO
Em tempos de liquidez escassa nos mercados, a Cosan (CSAN3) pretende utilizar suas próprias ações para comprar concorrentes, dada a situação delicada dos mesmos no setor sucroalcooleiro.
No entanto, a maior processadora de cana-de-açúcar do mundo diz que usará o iminente aumento de capital – na quantia de R$ 880 milhões – para expandir sua capacidade produtiva, ao invés de realizar aquisições de seus rivais com o montante.
"Sem dúvida, é um período delicado", afirmou Paulo Diniz, CEO (Chief Executive Officer) da companhia, justificando a operação. "Muitas companhias passam atualmente por um momento precário", completou o executivo, numa conference call realizada na última segunda-feira (22).
A Cosan, que planeja despender aproximadamente R$ 3,04 bilhões nos próximos quatro anos para aumentar em 50% sua capacidade de processamento, pretende levantar US$ 500 milhões adicionais através de um empréstimo, visando o pagamento da aquisição da Esso, anteriormente controlada pela Exxon Móbil.
Infomoney
Link: Cosan poderá utilizar suas próprias ações para adquirir companhias rivais, diz CEO
Cade aprova compra da Esso pela Cosan em rito sumário
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou hoje, em rito sumário, a compra da Esso Brasileira de Petróleo pela companhia brasileira de açúcar e álcool Cosan. O julgamento em rito sumário é aplicado pelo Cade quando a operação é considerada simples e de pouco impacto na concorrência em um determinado setor.
O negócio foi anunciado no dia 24 de abril deste ano e incluiu uma rede de mais de 1,5 mil postos de revenda de combustíveis, localizados em 20 Estados brasileiros, uma fábrica de lubrificantes no Rio de Janeiro, um depósito de lubrificantes em Duque de Caxias (RJ), instalações operacionais em sete aeroportos brasileiros e terminais de distribuição de combustíveis. À época da divulgação da operação, a Cosan anunciou que pagaria US$ 826 milhões pelos ativos da Esso no Brasil.
A operação recebeu parecer favorável à sua aprovação sem restrições das Secretarias de Acompanhamento Econômico (Seae) e de Direito Econômico (SDE), responsáveis pela análise do impacto da operação sobre o segmento econômico envolvido. Na avaliação das secretarias, embora o grupo Cosan seja um produtor de álcool-combustível (etanol) e a Esso atue no mercado de distribuição de combustíveis, inclusive etanol, as duas empresas têm participações baixas nos respectivos mercados.