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Archive for the ‘Mercado’ Category

Citigroup nega venda e valor de mercado fica próximo de US$ 20 bilhões

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Odair Gomes
Investidor Informado

As ações do Citigroup estão sendo negociadas com forte queda, abaixo da faixa dos US$ 4 dólares, atingindo um novo mínimo desde janeiro de 1993, depois de Vikram Pandit, CEO daquele que já foi o maior banco dos EUA, ter reiterado que não está negociando a venda da instituição.

As ações chegaram a se desvalorizar 22,72% durante a negociação. Ontem, as ações do Citigroup registraram uma queda acentuada, tendo encerrado a sessão com queda de 26%, avaliando a instituição em 26 bilhões de dólares. A cotação atual, o banco vale pouco mais de 22 bilhões.

Os investidores estão reagindo negativamente à perspectiva de que o banco venha a sofre novas perdas ainda mais altas, com as amortizações de bilhões de dólares feitas no valor dos seus ativos. Antes da abertura da sessão, no mercado eletrônico, as ações valorizaram com a notícia de que o banco poderia ser vendido.

Vikram Pandit, CEO do Citigroup, garantiu hoje que não tem qualquer plano para vender a instituição, nem para alienar partes do negócio da instituição. Esta semana, Pandit anunciou um plano para cortar custos, através da eliminação de 52.000 postos de trabalho. No entanto, o plano parece não ser suficiente para restaurar a confiança dos investidores no futuro da instituição.

Jornal de Negócios adaptado por Investidor Informado

Link: Citigroup afunda após CEO reiterar que o banco não vai ser vendido

Written by gandalfwizard

21 de novembro de 2008 at 17:10

Publicado em Bancos, Citigroup, Mercado

Mercado quer regra para agência de risco

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Demora em apontar problemas de bancos nos EUA ressuscita discussão sobre credibilidade das empresas de rating. Para especialistas, principal norma deve impedir que companhias analisadas paguem elas mesmas pelos serviços de avaliação.

Em meio às notícias sobre as sérias dificuldades enfrentadas pelas instituições financeiras americanas, o papel e as responsabilidades das agências de classificação de risco voltaram a ser objeto de debate pela sua demora em apontar os problemas de liquidez que os bancos vinham enfrentando.

Especialistas pedem que se submetam a uma regulação mais rígida, mas ressaltam que não deve haver uma demonização de tais empresas. "Os gestores não podem se esquivar da sua responsabilidade em estudar ativos nos quais colocam recursos, e os investidores precisam entender que as análises das agências não devem ser sua única fonte de informação a respeito de uma empresa", diz Marcelo Cheyne, sócio da Principal Investimentos.

A Fitch Ratings, por exemplo, rebaixou a avaliação do Lehman Brothers na segunda-feira passada, logo após a tradicional instituição financeira americana pedir concordata.

O quesito "probabilidade de inadimplência do emissor no longo prazo" recebeu nota D, no último nível da escala, indicando que a empresa não tem condições de cumprir com as obrigações. Antes dessa medida, porém, ele estava com nota A+, de qualidade de crédito alta.

No documento em que anuncia a ação, lista motivos que, àquela altura, já eram óbvios para o público em geral. E é só o que a agência se dispõe a dizer a respeito -questionada pela Folha, limitou-se a indicar, por meio da assessoria de imprensa, tais relatórios publicados no seu website. "É irreal, claro, um banco não quebra de um dia para o outro", comenta Cheyne.

É a mesma resposta da Moody’s Investors Service, que também rebaixou há um semana o rating sênior do Lehman Brothers de A2 (baixo risco de crédito) para B3 (alto risco), ainda três degraus acima do patamar de calote. A Standard & Poor’s diminuiu o rating do banco de A+ para A em junho e continuou abaixando até que, na última terça-feira, chegasse a D, que indica a falta de pagamento de compromissos.

"Nós conduzimos inspeções consistentes das entidades que classificamos", afirmou, por e-mail, o porta-voz Jeff Sexton.

Alguns críticos afirmam que as agências de classificação de risco não têm acesso completo aos dados das companhias, o que dificulta o seu trabalho.

Para os analistas, um projeto de regulação das agências (idéia defendida pela Comissão Européia) deve acabar principalmente com o conflito de interesse que faz parte do seu modelo de negócio: o serviço que prestam é remunerado pelas próprias companhias avaliadas. "Não se sabe como, mas tal incongruência tem que mudar", afirma Paul Moxey, diretor de governança corporativa e administração de risco da ACCA, associação mundial de contadores. "Essa é apenas parte da solução. É muito necessária mais educação a respeito dos ratings, do que eles de fato exprimem. As notas não são uma garantia de segurança."

Na opinião de Moxey, o melhor processo para definir padrões para as agências é reunir todas as partes envolvidas – as próprias empresas de ratings, autoridades, representantes do mercado financeiro – e discutir o assunto. "Com regulações é sempre preciso ter cuidado para não criar novos problemas resolvendo os já existentes." Assim como as propostas de maior controle sobre o sistema bancário americano, esse deve ser um tema sobre o qual o próximo presidente dos Estados Unidos vai se debruçar.

Folha

Link: Mercado quer regra para agência de risco

Written by gandalfwizard

24 de setembro de 2008 at 08:00

Publicado em Fitch, Mercado, Rating

Questões sobre o Mercado Financeiro

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Nos últimos dias recebi várias questões sobre outras formas de investimento que não ações, e algumas questões parecem comuns para a maioria das pessoas.

Assim coletei algumas dessas questões e pensei em fazer uma postagem ao estilo das postagens “Perguntas dos Leitores”, porém tive acredito que a postagem ficaria longa e repetitiva, pensei então em uma solução que tal permitir aos leitores que verificassem as questões que lhes geram dúvidas e ainda se divertir um pouco.

A forma de elaborar isto foi através de um “Quiz” de perguntas sobre o mercado financeiro, você poderá conferir os resultados e receber um certificado ao concluir o teste, e principalmente compartilhar com os leitores do Lendo Meus Pensamentos seus resultados e dúvidas, assim mãos a obra, responda o teste e comente.

 
São apenas 10 questões que podem ser completadas em poucos minutos. Uma dica é a postagem com um pequeno Glossário de Termos do Mercado que traz ajuda para várias questões.

Written by gandalfwizard

23 de setembro de 2008 at 23:39

Erros comuns ao iniciar nas operações em bolsa

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Todos os dias muitas pessoas decidem começar a operar no mercado de renda variável, porém poucas são as que tomam essa decisão após percorrer o caminho do aprendizado, e por esse motivo todos os dias ouvimos histórias de pessoas que se arrependem e justificando que a renda variável é apenas loteria ou sorte.

O caminho para buscar conhecimento é pessoal e pode ser diferente para cada um, porém alguns erros comuns podemos observar todos os dias. Qualquer investidor com alguns anos no mercado conhece algumas histórias de pessoas que acham que dominaram um segredo ou arte secreta, ao conseguir uma rentabilidade razoável por alguns meses, e começam a assumir riscos crescentes, sem ao menos a consciência disso, o destino desses investidores geralmente não é muito diferente, varia da quebra a quebra espetacular.

Porém deixam um legado de erros e estudar esses erros comuns pode ajudar a qualquer iniciante e mesmo servir de alerta a qualquer investidor.

O Bancotário do blog Elucubrações Grafistas, escreveu excelente artigo que destaca alguns pontos que todos devem ter conhecimento antes de operar na bolsa, o texto chama-se "Os erros mais comuns de quem acha que operar intradiario leva vantagem sobre os Holders" e é uma leitura obrigatória.

 

Busca por informações (Cortesia Rafael Lopes)

Busca por informações (Cortesia Rafael Lopes)

Destaco alguns pontos.

Sobre as histórias dos que escolhem o caminho da sorte…

"Numa única semana as vésperas do vencimento de opções perdeu simplesmente quase todo seu capital. Isto é conhecido como a "Síndrome do Clark Kent” e é sem duvida, um dos erros mais comuns dos "daytraders" e será abordado nas próximas linhas. Procurem ter sempre em mente esta história. As coisas não são tão simples como parecem ser…"

Acerca da impotência diante da força do mercado…

"Apesar de estar passando por um eventual desempenho superior a de seus colegas, não ignore o que eles têm para lhe dizer. Grande parte dos operadores do "Day trading" perdeu tudo o que tinha no primeiro ano porque não ouviam os conselhos dos mais velhos. Depois de levar muita paulada do Senhor Mercado, pararam para pensar e começaram a levar em consideração os conselhos dos mais experientes…"

Ainda sobre a psicologia para operar com renda variável…

"Definitivamente o método não é a única resposta. O que mais conta é apenas ter cabeça-fria, disciplina e ter sempre em mente que você apenas estará administrando seu capital de uma nova forma. Siga o plano que você traçou antes de entrar na operação e o sucesso acabará por bater à sua porta, independentemente do método utilizado…"

Written by gandalfwizard

21 de maio de 2008 at 07:09

Petrobras ultrapassa Microsoft em valor de mercado, diz estudo

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A Petrobras ultrapassou a Microsoft, tornando-se a terceira maior empresa do continente americano em valor de mercado, segundo a consultoria Economática. O levantamento tomou como base o preço das ações das companhias na última sexta-feira, data em que a Petrobras tinha um valor de mercado de aproximadamente US$ 287,2 bilhões, contra US$ 279,3 bilhões da maior empresa de software do mundo.

Nesse dia, as ações preferenciais da Petrobras encerraram cotadas a R$ 48,15, enquanto as ordinárias valiam R$ 57,90. Já os papéis da Microsoft encerraram valendo US$ 29,99 cada.

Em um ano, as ações da empresa brasileira subiram mais de 110%, enquanto os papéis da Microsoft sofreram desvalorização de 3,5% em relação ao fechamento em 16 de maio de 2007.

No ranking das maiores empresas da América em valor de mercado, além da Petrobras, figuram outras brasileiras como a Vale, em nono lugar com US$ 196,5 bilhões, e o Bradesco, com US$ 67,2 bilhões, na quadragésima terceira posição.

A única empresa mexicana a aparecer no ranking é a operadora de telefonia América Móvil, com US$ 99 bilhões, com a vigésima nona posição. Em primeiro lugar na lista ficou a maior empresa petrolífera do mundo, a Exxon Mobil, com valor estimado em US$ 489,6 bilhões.

Reuters

Link: Petrobras ultrapassa Microsoft em valor de mercado, diz estudo

Written by gandalfwizard

19 de maio de 2008 at 23:00

Publicado em Mercado, Microsoft, Petrobras

Vale planeja saída do controle da Usiminas

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A Vale participa do bloco de controle da Usiminas com uma participação de 5,89% das ações ordinárias (USIM3), porém têm manifestado intenção de retirar-se do controle ou até mesmo se desfazer-se da participação na empresa.

A atual administração da Vale não vê vantagens ou fortes sinergias que justifiquem essa participação; prevê sim falta de foco e conflitos de interesse advindos da participação.

Episódio recente que precipitou essa revisão na posição da Vale foi a compra da mineradora J. Mendes. A Vale foi contra a aquisição alegando o alto preço dos ativos que se aproximaram de US$ 1,20 por tonelada de minério de ferro, como exemplo em aquisição recente da mineradora Apolo pela Vale o preço por tonelada de minério de ferro foi de US$ 0,10. MMX e CSN também fizeram compras a valores de US$ 0,8 e US$ 1 por tonelada.

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Vista panorâmica da mina de Casa de Pedra (cortesia Ricardo-NL)

 

Antes divergências sobre a aquisição da Sparrows Point, pertecente a Arcelor Mittal, impediram a compra da siderúrgica americana, contrapondo a Vale aos outros controladores que apontavam a necessidade de compras no setor de mineração e não de siderurgia.

O modelo adotado pela Vale em parcerias com a Baosteel e Thyssen, sem participação no controle, apenas com participações minoritárias parece ter sido mais vantajoso para a Vale nos últimos anos.

A entrada no bloco de controle da Usiminas ocorreu em 2006, portanto uma decisão recente, que antes havia sido rejeitada diversas vezes com o mesmo argumento que volta a tona neste momento, falta de foco no negócio de mineração e conflitos de interesses.

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Vale planeja sair do bloco de controle da Usiminas

 

A saída completa da empresa com a venda das ações a valores de mercado renderia a vale R$ 1,3 bilhões, recursos que poderiam ser reutilizados em projetos de mineração próprios.

A alternativa mais citada até o momento não foi a venda das ações, mais algum acordo para a conversão das ações ordinárias em preferenciais, esse tipo de acordo foi realizado recentemente pelo Bradespar (controladora da Vale), a companhia saiu do bloco de controle da CPFL, porém manteve as ações preferências da empresa. A diferença é o fato de a Vale não ser uma empresa de portfolio como o Bradespar.

Para acompanhar novidades no tema fique atento ao Investidor Informado.

Written by gandalfwizard

12 de maio de 2008 at 19:16

O que realmente está fazendo o preço do petróleo aumentar?

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O preço do petróleo bruto dobrou, saltando em um período de meses de US$ 50 para US$ 100. O aumento não pode ser atribuído aos fatores fundamentais, que pouco mudaram. E a perspectiva de recessão deveria empurrar o preço para baixo. Sendo assim, por que o petróleo está ficando mais caro?

Cushing é o tipo de lugar no qual você esperaria ver um caubói surgir cavalgando na esquina e, a seguir, amarrar o cavalo em uma cerca em frente ao Bar Buckhorn. Esta sonolenta cidade de 8.000 habitantes nas pradarias de Oklahoma possui até uma rua principal que poderia servir como cenário de um filme de faroeste. Entre as suas maiores atrações estão uma estação de trem fechada e um cinema mal conservado, onde o preço da entrada é US$ 1,50.

Robert Felts, um velho amigável que trabalha para a Autoridade Industrial de Cushing, gosta de mostrar aos visitantes a histórica bomba de petróleo no meio da cidade. Ele conta como, em 1912, um gigantesco campo petrolífero foi descoberto ali perto, fazendo com que Cushing aparecesse nos mapas e proporcionando à cidade mais de duas décadas de prosperidade. Naquela época brotavam da terra até 50 milhões de barris de petróleo por ano. "As nossas refinarias mal podiam dar conta dessa abundância", afirma Felts. Para resolver o problema, os barões do petróleo da época construíram grandes tanques de armazenagem na pradaria que cerca a cidade.

Não existe muito mais a se falar sobre esta pequena cidade de Oklahoma, a não ser a produção de petróleo. Mas as notícias referentes a Cushing fazem com que os mercados globais se movimentem todas às quartas-feiras às 10h30. É neste horário que o governo dos Estados Unidos anuncia um número que reflete a quantidade de petróleo armazenado nos centenas de tanques que atualmente estão espalhados por vários quilômetros ao longo do horizonte.

Localizada em uma interseção crucial do sistema norte-americano de oleodutos, Cushing abriga a maior instalação dos Estados Unidos para armazenagem de petróleo. O petróleo comercializado no New York Mercantile Exchange (Nymex) literalmente muda de donos aqui em Cushing. Se os tanques estiverem cheios, os preços caem. Mas se os níveis dos tanques diminuírem, os preços aumentam. Uma regra básica para os negociantes: a oferta e a procura controlam o mercado.

Agora nada parece impossível. Alguns analistas acreditam que os preços aumentarão até um patamar entre US$ 120 e US$ 150, algo que teria conseqüências drásticas para a economia mundial.

Normalmente isso ocorre independentemente de qualquer índice. Mas nos últimos meses a sabedoria convencional sofreu uma virada. No intervalo de um ano o preço do barril de petróleo bruto dobrou, passando de US$ 50 para o máximo registrado na semana passada de US$ 100. Agora nada parece impossível. Alguns analistas acreditam que os preços aumentarão até um patamar entre US$ 120 e US$ 150, algo que teria conseqüências drásticas para a economia mundial.

Aumentos de preços espetaculares similares a este só ocorreram quatro vezes nas últimas décadas: em 1973, quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) impôs um embargo pela primeira vez; em 1979, como conseqüência da Revolução Iraniana; um ano mais tarde, quando o Iraque invadiu o Irã; e em 1990, quando o Iraque invadiu o Kuait.

E isso remete a uma das questões mais perturbadoras que está sendo feita atualmente a respeito da economia mundial: por que motivo os preços do petróleo estão novamente disparando?

Tudo não passa de especulação

Existem muitas respostas. Alguns afirmam que a crise no Oriente Médio e a demanda crescente por parte da China são os fatores responsáveis. Outros culpam os países produtores por manterem as torneiras de petróleo semi-fechadas.

Mas nenhuma dessas respostas é muito convincente. "A oferta e a procura são incapazes de explicar os preços elevados", afirma Fadel Gheit, da Oppenheimer & Co., uma importante firma de análise de commodities. Assim como muita gente na sua profissão, Gheit acredita que os investidores financeiros estão inflacionando os preços. O fenômeno faz com que ele se lembre da bolha da Internet presenciada por volta da virada do milênio. Segundo Gheit, no momento o petróleo também está passando por "especulação excessiva".

A Opep chegou à mesma conclusão. "As bases do sistema estão corretas", assegura o presidente da Opep, Mohammed al-Hamli. De fato, o cartel está esperando um excesso de oferta no mercado desde o início de fevereiro – como resultado da crise econômica norte-americana.

Esse excesso de oferta normalmente faria com que o preço do barril diminuísse. Em vez disso, os negociantes acabam de ultrapassar a barreira mágica dos US$ 100 pela segunda vez em um período de poucas semanas.

O clima é de festa entre os barões do petróleo, que não parecem estar impressionados com os temores de que haja uma recessão global. Recentemente a Exxon Mobil divulgou os seus lucros em 2007: US$ 40,6 bilhões, um recorde para a maior companhia petrolífera do mundo, e também para história econômica internacional. Nunca antes uma companhia ganhou tanto dinheiro em um ano.

Enormes quantidades de dinheiro estão atualmente trocando de mãos na área de contratos de petróleo. Com a crise hipotecária norte-americana contaminando segmentos ainda maiores dos mercados de capital, das ações aos títulos, os investidores estão procurando alternativas em todo o mundo. O petróleo, com as suas supostamente rígidas regras de mercado e os preços sempre em ascensão, parece ser um instrumento perfeito para desconcentrar os riscos e maximizar os lucros. Mas muitos investidores experimentarão um despertar brusco quando descobrirem que um investimento em petróleo, embora pareça diferente, tem o mesmo caráter de aposta inerente a outros tipos de investimento.

O Nymex é a arena central no jogo de comércio de produtos como o petróleo. Durante cem anos os comerciantes daqui, na extremidade sul de Manhattan, às margens do Rio Hudson, comercializaram produtos como manteiga, queijo e batatas – até que perceberam, em 1978, que o futuro estava no petróleo.

O espaço onde são realizados os negócios do Nymex assemelha-se a uma arena romana. Os comerciantes, de pé nas galerias, gritam, gesticulam e dedicam-se a um ritual quase arcaico. Quando dois deles chegam a um acordo quanto a um negócio, escrevem os números básicos em um pedaço de papel e que é jogado no centro do salão, onde encontra-se um funcionário robusto, usando óculos de proteção para evitar que os pedaços de papel dobrados que cruzam o ar provoquem acidentalmente ferimentos nos seus olhos. Quando ele pega um desses pedaços de papel e o carimba, inúmeros barris de petróleo já mudaram de dono.

"Eu negocio de acordo com as notícias", afirma Chris Motroni, 29. Ele ganha o seu dinheiro como negociante pequeno e independente no Nymex, com negócios menores e bastante autoconfiança. "O preço subirá para US$ 115", garante Motroni. Ele adora o clima do salão de negócios, onde o pai e o irmão também trabalharam. Mas os dois deixaram de negociar faz muito tempo.

O mesmo vale para os grandes protagonistas, os bancos, os fundos de hedge e os fundos de pensão. Atualmente todos eles negociam através de computadores. Os negócios no Nymex explodiram. O mundo consome 86 milhões de barris de petróleo por dia, mas o volume de negócios é 15 vezes maior. A diferença entre os dois números representa as apostas nas tendências de preços futuros.

As atividades dos negociantes têm gerado críticas contundentes, até mesmo no Congresso dos Estados Unidos, que não é exatamente famoso como inimigo da indústria petrolífera. Uma audiência parlamentar em dezembro tinha o título nada sutil: "A Especulação no Mercado de Petróleo Bruto".

O resultado de todo esse comércio é que os especuladores atualmente detêm até 45% de todos os contratos de petróleo – o triplo do que possuíam na virada do milênio. "Os preços estão sendo distorcidos", critica o senador Carl Levin, o democrata que chefia o Subcomitê Permanente de Investigações, que está investigando o comércio especulativo dos contratos futuros de petróleo. Se a oferta e a demanda fossem os únicos fatores envolvidos na equação, o preço do petróleo seria pelo menos US$ 20 menor.

Como foi que isso aconteceu?

Uma das dez maiores companhias do mundo no setor de comércio de petróleo, a Mercuria, tem a sua sede na Place du Molard, em Genebra, na Suíça. De lá, 70 funcionários analisam o mercado, lidando com fatores como as rotas dos navios petroleiros e os níveis das reservas. Anualmente fluem pelas contas da companhia US$ 30 bilhões.

O diretor-executivo Daniel Jaeggi, que já foi negociador de títulos futuros no Goldman Sachs, sabe exatamente como era o negócio no final dos anos noventa. "Os grandes fundos de pensão passaram a diversificar os seus investimentos, orientando cada vez mais o seu capital para o petróleo", diz ele. "Os fundos de pensão tornaram-se o fator que direciona o mercado".

Os bancos de Wall Street estavam muito satisfeitos em lidar com essa demanda, e o Goldman Sachs postava-se à frente do grupo. "Eles inventaram um novo índice de mercadorias que também incluía o petróleo", explica Jaeggi. O novo índice teve um enorme sucesso, e quanto mais os investidores colocavam dinheiro nele, mais contratos de petróleo o Goldman comprava, e mais os preços subiam. Assim, criara-se uma enorme força de mercado.

Ninguém perdeu tempo em entrar no jogo. O Morgan Stanley, o Deutsche Bank e vários outros gigantes da área financeira expandiram drasticamente o volume dos seus negócios em contratos de petróleo. Bancos de investimento como o Goldman chegaram até mesmo a criar as suas próprias reservas de petróleo, agindo como se fossem companhias petrolíferas como a BP. Com isso eles esperavam garantir melhores previsões sobre os acontecimentos do mercado.
Como resultado, o volume de comércio do petróleo bruto quase triplicou nos últimos cinco anos, enquanto a demanda pelo produto em si cresceu apenas 1,9% ao ano.

Adeus à lei da oferta e da procura

No passado, tudo o que importava no setor de comércio de petróleo era o volume da produção e o consumo das nações industrializadas. Tal época acabou. Atualmente o petróleo faz parte de todas as carteiras de títulos negociáveis bem estruturadas – assim como ocorria, até recentemente, com aqueles papéis negociáveis abstratos que tinham como objetivo possibilitar que o investidor garantisse para si uma fatia da prosperidade explosiva do setor imobiliário norte-americano.

Mas nada é mais como era antes nos mercados de commodities. Atualmente até mesmo a mais insignificante notícia – como o encontro não violento entre belonaves dos Estados Unidos e lanchas iranianas no Estreito de Hormuz, em janeiro – é capaz de fazer com que os preços do petróleo disparem.

Enquanto isso, a situação em Cushing ainda é capaz de manter os negociantes atentos. Digamos que a neblina paralise o porto de Houston por alguns dias, de forma que uma quantidade insuficiente de petróleo estrangeiro novo flua pelos oleodutos norte-americanos. As reservas nos tanques de Oklahoma diminuirão, e o gargalo da oferta catapultará os preços para cima. Ou imaginem que a Refinaria McKee, no Texas – uma grande compradora de petróleo – interrompa parte das suas atividades devido a um incêndio. As reservas em Cushing aumentarão, e os preços cairão.

Estranhas distorções de preços são bem normais. Todas as reservas de petróleo dos Estados Unidos há muito se mantêm acima da média de cinco anos – mas, devido a razões históricas, os preços nos mercados de commodities se baseiam apenas nos níveis dos tanques em Cushing, e no tipo de petróleo estocado neles, o West Texas Intermediate.

"É impressionante que um tipo de petróleo do qual se produz apenas cerca de 300 mil barris diários funcione como padrão para o mundo inteiro", afirma Eugen Weinberg, um analista do Commerzbank, da Alemanha. Ele acredita até mesmo que os operadores do mercado "tentem influenciar" as cruciais estatísticas de Cushing "por meio de ações focadas".

Por outro lado, os modelos clássicos praticamente não desempenham mais papel algum quando se trata de explicar o preço do petróleo. O fato de as relações com o Irã terem melhorado um pouco, ou de estar havendo melhorias discretas no Iraque, não interessa aos negociantes. Eles atribuem alternadamente as alterações do preço do petróleo às crises no Oriente Médio, ao inverno, à convulsão social na Nigéria e à demanda explosiva na China.

"Nada disso é novidade", afirma Fadel Gheit. "Desde os tempos bíblicos não há paz no Oriente Médio. E o conflito na Nigéria também se arrasta há 40 anos. Isso para não mencionar o retorno cíclico do inverno".

Gheit está no ramo há 30 anos. Ele trabalhou para a Mobil Oil e para o JP Morgan antes de ingressar na Oppenheimer. Ele recorda-se de quando o barril de petróleo custava US$ 9. Nas audiências no Congresso dos Estados Unidos, Gheit atuou como testemunha, confirmando a loucura dos especuladores. "Os negociantes usam todas as desculpas possíveis para provocar aumentos de preço", diz ele. "Trata-se de histeria pura". Em certas manhãs, quando Gheit chega ao seu escritório em Manhattan, os negociantes de Londres inflacionaram o preço do barril em US$ 4 durante a noite, talvez porque um oleoduto rompeu-se em alguma parte do mundo. "Sou formado em engenharia", diz Gheit. "Essa atividade não é cirurgia cardíaca. É trabalho de encanador, brincadeira de criança". O oleoduto avariado provavelmente foi consertado antes mesmo que Gheit descobrisse algo sobre o fato – mas o conserto só foi feito depois que os especuladores embolsaram os seus lucros.

A questão é saber quanto tempo esses preços continuarão subindo sem causar um estrago permanente nas economias dos Estados Unidos e do mundo. Os preços crescentes da gasolina, do óleo combustível utilizado para aquecimento e das passagens aéreas aumentarão as pressões inflacionárias e reprimirão a demanda no médio prazo.

"No fim das contas veremos algo como a gota que faz o copo transbordar", afirma Gheit, que é nativo do Egito. "Ou como um halterofilista levantando um grande peso, até que alguém coloque um lápis em cima do haltere e ele se esborrache no chão".

"Isto é uma bolha", insiste ele. "E ela estourará".

BiodieselBR

Link: O que realmente está fazendo o preço do petróleo aumentar?

Written by gandalfwizard

2 de março de 2008 at 17:02

Publicado em Mercado, Petróleo, Petrobras

PF realiza operação contra fraudadores do mercado financeiro

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A Polícia Federal, em conjunto com autoridades norte-americanas, desencadeia hoje, 25, em São Paulo, Rio Grande do Sul e nos Estados Unidos, a Operação Pirita. O objetivo é desmontar um esquema utilizado por organização criminosa transnacional que fraudava investidores do mercado financeiro (pessoas físicas e jurídicas) de vários países, principalmente Inglaterra, Espanha, Austrália, EUA e alguns países da Ásia.

Estão sendo cumpridos mandados de prisão temporária e preventiva, além de 35 ordens de busca e apreensão. Nos EUA, o FBI cumpriu 2 mandados de prisão contra brasileiros em Miami.

A quadrilha se valia de alta tecnologia, forjando sites de falsas empresas de fusões e aquisições, agências reguladoras americanas e asiáticas e diversos contratos e documentos para ludibriar estrangeiros possuidores de ações com baixa liquidez.

A partir de um “boiler room” (escritório especializado nesse tipo de fraude) situado em São Paulo, e recentemente transferido para Buenos Aires (Argentina), operadores de telemarketing de diversas nacionalidades que se passavam por intermediadores ofereciam condições irrecusáveis para compra destas ações. Para concretizar o negócio exigia-se o depósito antecipado de taxas de corretagem e impostos, com a promessa de restituição de todo esse dinheiro, quando então as vítimas alimentavam os cofres da organização criminosa. Esse dinheiro era transferido, pelos clientes, para contas abertas nos Estados Unidos.

Tais contas eram abertas pelo núcleo da quadrilha responsável pela movimentação financeira desses ativos advindos do golpe. Uma vez o dinheiro depositado nessas contas, eram realizadas uma série de transferências para diversas outras contas, de forma sucessiva, com o intuito de apagar o rastro da origem do mesmo. Por fim, o dinheiro chegava às contas dos integrantes da organização em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, por meio de ação de doleiros.

Informações norte-americanas relatam que o grupo atua há cinco anos, sendo três no Brasil. Acredita-se que a organização tenha auferido lucros acima de 50 milhões de dólares.

Os doleiros que auxiliavam a quadrilha a movimentar os valores e trazê-los ao Brasil foram mapeados e estão na lista das prisões temporárias, bem como os empresários e pessoas físicas que operacionalizavam a lavagem do dinheiro das vítimas.

Salienta-se que, segundo informações da Securities and Exchange Commission (SEC – Escritório de educação e assistência aos investidores nos Estados Unidos), esse tipo de fraude é líder em reclamações perante aquele órgão regulatório.

Os principais crimes cometidos pela quadrilha são estelionato (art. 171, do Código Penal), evasão de divisas e operação de instituição financeira sem a competente autorização (arts. 16 e 22, da lei n° 7492/86), formação de quadrilha (art. 288, do Código Penal), lavagem de dinheiro (art. 1°, da Lei n° 9613/98) e sonegação fiscal (art. 1°, da Lei n° 8137/90). As penas somadas podem chegar a 33 anos de prisão.

Agência Polícia Federal

Link: PF realiza operação contra fraudadores do mercado financeiro

Written by gandalfwizard

25 de fevereiro de 2008 at 17:29

Publicado em Fraude, Governo, Mercado

Porque a globalização funciona? A "Mágica" do mercado

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O livro Why Globalization Works, do economista Martin Wolf, nos remete a discussão sobre a base de funcionamento do  mercado, e seu papel na integração de diferentes países.

A chamada "mágica" do mercado referida pelo autor, se trata da possibilidade de funcionamento de um sistema extremamente complexo, o mercado, sem um controle centralizado, para que isso ocorra o autor destaca os elementos que precisam ser respeitados. Fundamentalmente as garantias de transparência, de livre concorrência, e cumprimento dos acordos.

Com um sistema que respeite essas caracteristicas, as limitações de espaço para o funcionamento do mercado ficam cada vez mais, apenas nos mapas, se um determinado país respeitas as "regras do jogo", o mercado cuidará de integrá-lo.

A globalização do mercado

Excelente reflexão para entendermos como os movimentos de bolsas por todo o mundo podem ocorrer de maneira coordenada, e até mesmo economias inteiras podem reagir a fatores que lhes parecem completamente externos.

Essas e outras reflexões mais profundas, podem ser lidas no excelente artigo de Rodrigo Constantino: A “Mágica” do Mercado.

 

A análise sobre globalização pode ser lida no livro de Martin Wolf, chamado Why Globalization Works.

Written by gandalfwizard

24 de fevereiro de 2008 at 19:23

PETR4 – Petrobras PN

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A descoberta da maior jazida de petróleo do Brasil, anunciada pela Petrobras, fez com que o valor de mercado da companhia se multiplicasse com a possibilidade de haver outras reservas de óleo leve na mesma região.

O mercado se animou com a notícia de que o megacampo de extração localizado na área de Tupi, na Bacia de Santos, vai fazer saltar em mais de 50% as reservas de petróleo brasileiras, permitindo ao país se tornar exportador da commodity numa época em que a falta do produto é motivo de preocupação mundial. O fato provocou alta expressiva nos papéis da Petrobras.

Continua…

Link: PETR4 – Petrobras PN

Written by gandalfwizard

27 de dezembro de 2007 at 12:59

Publicado em Mercado, Petróleo, Petrobras